Os impactos da estiagem na safra 2021/2022 são fortemente sentidos na
economia do Paraná. Somente em nosso Estado, as perspectivas de perdas
estão na ordem de mais de R$16 bilhões. A agricultura paranaense
projetava uma safra com 21 milhões de toneladas, hoje essa projeção
indica algo próximo a 8 milhões de toneladas. No milho, por exemplo, o
Paraná espera produzir 4,2 milhões de toneladas. Os dados mais recentes
indicam que houve uma quebra de 42% e uma redução de produtividade para
pouco mais de 2,4 milhões de toneladas.
Nos municípios abrangidos pelo Núcleo Regional de Irati da SEAB
(Fernandes Pinheiro, Guamiranga, Imbituva, Inácio Martins, Irati,
Mallet, Rebouças, Rio Azul e Teixeira Soares), segundo as estimativas do
Departamento de Economia Rural (DERAL), os prejuízos econômicos
causados pela estiagem nos meses de novembro e dezembro de 2021, serão
em torno de R$ 416 milhões. Os números são decorrentes da redução na
produção de 14% na cultura da soja (93 mil toneladas), de 27% na cultura
do milho (76 mil toneladas) e 13% na cultura do feijão (7,7 mil
toneladas).
De acordo com a Engenheira Agrônoma, Conselheira do Crea-PR pela
Associação dos Engenheiros Agrônomos da Região de Irati e chefe do
Núcleo Regional de Irati da SEAB (Secretaria de Estado da Agricultura e
do Abastecimento do Paraná), “esta redução impacta diretamente na renda
do produtores e na economia local pela redução do poder aquisitivo para
investimentos na propriedade para a próxima safra e na quitação de
dívidas de financiamento das lavouras”, avaliou.
Diante do cenário de prejuízos e com o objetivo de ajudar
agricultores, a CONFAEAB (Confederação dos Engenheiros Agrônomos do
Brasil), listou algumas sugestões que podem ser aplicadas para a
tentativa de reversão do contexto.
Dentre os itens, estão temáticas como liberação de crédito
emergencial para mitigação de danos para produtores impactados pela
seca; incentivos para linhas de crédito em condições acessíveis visando
aquisição de sistemas de irrigação (a exemplo de todas as operações de
crédito rural, mediante acompanhamento técnico no projeto, execução e
manejo posterior das áreas); aumento na velocidade com que o pagamento
do seguro rural seja aprovado; implantação de políticas agrícolas para o
manejo de solos e que minimizem os impactos das estiagens; redução dos
prazos de análise de recursos pela CER (Comissão Especial de Recursos) e
revisão dos valores de honorários pagos aos encarregados de comprovação
de perdas do PROAGRO - que estão há 3 anos sem reposição de honorários,
por exemplo.
No total, são 31 tópicos sugeridos, que estão expostos em um
manifesto redigido pela CONFAEAB. Conforme Adriana, a mobilização dos
profissionais da área a favor da resolutividade e da promoção de
melhorias em prol dos produtores rurais é de grande valia.