O repovoamento dos rios teve início com a criação do Promulp, em 2018, por pescadores e diretoria do Clube de Pesca Maringá. Trata-se de um projeto social de clubes de pesca para multiplicação de peixes.
Neste ano, a ação ganhou a parceria da Itaipu Binacional, que doou matrizes para desova, e do Instituto Federal do Paraná (IFPR), que realizou a produção das larvas em laboratório. São feitas a indução hormonal, fertilização artificial e desenvolvimento dos embriões em incubadoras.
Somente no último final de semana 60 mil alevinos de pacus foram soltos no Clube de Pesca Amambay, em Foz do Iguaçu. De acordo com o chefe regional do IAT em Foz do Iguaçu e patrono do Promulp, Carlos Piton, esse incentivo vem de encontro com a política de sustentabilidade do Governo do Estado.
“A garantia de peixes nativos, principalmente no rio Paraná, significa um ganho muito grande para a pesca, que é uma atividade milenar, e também para o lazer familiar e para o turismo”, disse.
É preciso que os peixes se desenvolvam até 15 cm de cumprimento para estarem aptos à soltura. Os cuidados diários para o desenvolvimento das larvas até sua maturação incluem o desenvolvimento e rações específicas nesta fase de vida.
“Com todo esse cuidado, conseguimos atingir a marca de 60% de aproveitamento das larvas que recebemos da Itaipu e do IFPR. Pesquisas apontam que, normalmente, o aproveitamento de larvas em laboratório não ultrapassa 15%”, destacou Carlos Piton.
De acordo com o presidente do Clube Maringá, entidade colaboradora do Promulp, Renato Cesar Fávaro, a parceria com o órgão ambiental estadual permitiu a produção direta de peixes nativos para soltura na natureza.
“Foi o suporte do IAT que permitiu que esse projeto caminhasse de forma legal, com a emissão de licenças para soltura adequada e peixes com certificação e genética”, destacou. “Sentimos a necessidade de fazer alguma coisa quando vimos a falta de peixes nos rios”.
Os peixes foram soltos nas regiões Oeste e Noroeste do Estado. Para o chefe regional do IAT em Toledo, Taciano Maranhão, junto com a manutenção das espécies está a conscientização da população, que passa a saber da importância delas no rio Paraná.
“Muitas espécies são afetadas pela pesca predatória e nessa região, principalmente, não tem reprodução do peixe, por não haver áreas alagadas. A única maneira de garantir a fauna nativa, portanto, é através da soltura de peixes, ou seja, o repovoamento”, disse.