Em uma demonstração de exaustão dos esforços do governo para baixar ainda mais o preço dos combustíveis, a gasolina comum nas bombas caiu somente 0,4%, de R$ 4,81 para R$ 4,79 entre os dias 2 e 8 de outubro, informou a Agência Nacional de Petróleo Biocombustíveis e Gás Natural (ANP). A leve queda aconteceu pela 15ª semana consecutiva.
Desde o pico histórico de R$ 7,39, registrado na penúltima semana de junho, a gasolina já recuou 35% nos postos. A trajetória de queda começou em 24 de junho, quando o governo federal sancionou a lei que limitou o ICMS incidente sobre combustíveis a 17% em todo o País.
Depois, nos meses de julho, agosto e setembro, os preços seguiram caindo em função de quatro reduções seguidas nos preços praticados pela Petrobras em suas refinarias, que são aos poucos repassadas às bombas pelos varejistas. Como a Petrobras não reduziu a gasolina nas últimas semanas, os preços estão mais próximo da estabilidade.
Com a Petrobras voltando a praticar valores abaixo do preço paridade internacional, que subiu em função da alta do insumo no exterior, é improvável que a estatal dê novos reajustes para baixo no curtíssimo prazo. Essa estabilidade nos preços finais ao consumidor tende, portanto, a se consolidar.
Antes do movimento baixista dos últimos três meses, porém, a gasolina acumulava alta de 70,6% nos postos desde o início do governo Jair Bolsonaro (PL), em janeiro de 2019. Assim, os esforços do governo para reduzir preços à beira das eleições, facilitados pelo recuo da cotação internacional do petróleo, ainda não compensaram a escalada experimentada nos primeiros três anos e meio de governo.