A Justiça decretou, nesta segunda-feira (29), a prisão preventiva da mãe suspeita de matar os dois filhos, uma menina de nove anos e um garoto de três anos, em Guarapuava , no sul do Paraná. A decisão é da juíza Liliane Graciele Breitwisser.
À tarde, a determinação foi mantida em audiência de custódia, que aconteceu virtualmente.
Segundo a juíza, a mulher, que tem 31 anos, deve ficar presa para "assegurar a aplicação da lei penal, tendo em conta que a alteração da cena do crime pela autuada denota perigo em sua manutenção em meio aberto diante da possibilidade de vir a interferir na produção de provas necessárias à adequada apuração dos fatos".
O advogado Kristiano Pablo Camargo de Campos disse à reportagem que foi nomeado como defensor dativo no processo, mas que não continuará na defesa da suspeita.
Por isso, a Justiça deve nomear outra pessoa, já que, segundo Campos, a mulher teria informado que não tem dinheiro para contratar um advogado.
A delegada responsável pelo caso, Ana Hass, disse que a suspeita confessou o crime. Em depoimento, ela teria dito que matou as crianças há 15 dias. Os corpos foram encontrados em cima de uma cama.
De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO) da Polícia Militar (PM), citado na decisão judicial, ela teria dado um calmante para o menino e asfixiá-lo com um travesseiro quando ele "já estava dormindo profundamente".
Segundo a PM, a jovem teria enrolado um cachecol no pescoço da filha e estrangulado-a. Ela deve responder pelos crimes de ocultação de cadáver, homicídio e fraude processual.
Depoimento
De acordo com a Polícia Civil, a mulher confessou o crime aos policiais ainda no apartamento onde os filhos foram mortos, mas ficou em silêncio durante depoimento na delegacia.
A delegada explicou que não vai pedir um laudo psiquiátrico da suspeita, que alegou ter passado por um surto. Para Ana Hass, a versão foi descartada porque a polícia não encontrou indícios de confirmação.
O caso
A tragédia foi descoberta pela Polícia Civil no sábado (27). Investigadores chegaram até o local, um apartamento em Guarapuava, após um advogado de Santa Catarina acionar as autoridades policiais.
Os corpos das duas crianças foram liberados pelo Instituto Médico-Legal para Itajaí (SC), onde moram as famílias. A funerária responsável pela transferência informou que não houve velório.