Em
2020, foram diagnosticados 6 casos de hanseníase em Laranjeiras do Sul.
Desses, todos os pacientes foram tratados e curados. Já em 2021, oito
casos foram notificados. Três foram curados e 5 ainda permanecem em
tratamento, no Serviço de Atendimento Especializado (SAE).
Cristian
Ricardo Pinto, coordenador do Serviço de Atendimento Especializado da
Secretaria de Saúde, explica que os principais sintomas são o
aparecimento de manchas na pele, resultando em lesões e perda de
sensibilidade na área afetada. “O comprometimento dos nervos periféricos
é a característica principal da doença, dando-lhe um grande potencial
para provocar incapacidades físicas que podem, inclusive, evoluir para
deformidades. Também pode acontecer fraqueza muscular e sensação de
formigamento nas mãos e nos pés. Quando os casos não são tratados no
início dos sinais, a doença pode causar sequelas progressivas e
permanentes, incluindo deformidades e mutilações, redução da mobilidade
dos membros e até cegueira”, afirmou o coordenador.
Estas
incapacidades e deformidades podem acarretar, diminuição da capacidade
de trabalho, limitação da vida social e problemas psicológicos. “São
responsáveis, também, pelo estigma e preconceito contra a doença. O
esclarecimento da população é fundamental, para que ela esteja ciente,
conheça os sinais e sintomas da doença, possa procurar assistência
médica o mais precocemente possível e para que o diagnóstico e o
tratamento sejam precoces, evitando assim o dano neurológico e a
incapacidade do paciente”, enfatiza Cristian.
De
acordo com a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), cerca de 30
mil novos casos da doença são detectados todos os anos no Brasil. No
mundo, mais de 200 mil novos casos são reportados por ano, dos quais, 15
mil em crianças.
DIAGNÓSTICO
O
diagnóstico é feito através da baciloscopia, que é a raspagem das
lesões, ou por biópsia do nervo aumentado, buscando a infecção por esse
bacilo. “Não há diferenciação de sexo e nem faixa etária, apenas uma
particularidade, por se tratar de uma doença de incubação longa, de 8 a
10 anos para contrair, geralmente em crianças abaixo de 15 anos de idade
é muito raro, mas pode acontecer”, salienta Cristian.
TRANSMISSÃO
A
hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria
Mycobacterium leprae. A transmissão é feita por meio do contato próximo
com o paciente não tratado, sendo transmitido por meio de gotículas, ou
seja, espirros, tosse ou secreção. Por isso, a prevenção ocorre com a
avaliação e aplicação da vacina da BCG nos contatos domiciliares.
Em
caso de suspeita da doença, procure a Unidade de Saúde mais próxima
para uma avaliação detalhada. Todos os medicamentos para tratamento são
distribuídos gratuitamente.