quinta-feira, dezembro 30, 2021

Ferroeste - Ramal de Guarapuava a Paranaguá deverá ter linha dupla

O projeto da Nova Ferroeste é ainda maior que os pouco mais de 1.300 quilômetros de linha férrea ligando Maracaju (MS) ao Litoral do Paraná. O ramal entre Guarapuava e Paranaguá deverá ter, na verdade, não apenas uma, mas duas linhas férreas de 405 quilômetros cada para permitir o tráfego de locomotivas nos dois sentidos ao mesmo tempo.

“A característica dos três primeiros ramais autorizados [Maracaju-Dourados, Cascavel-Foz do Iguaçu e Cascavel-Chapecó] é de captação de carga. Esse quarto ramal é essencial para escoar essa riqueza trazida das regiões produtoras, como Mato Grosso do Sul, Paraguai, Santa Catarina e Paraná”, explica o coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes.

O Paraná já possui a concessão do trecho entre Guarapuava e Dourados, a partir de um contrato firmado na década de 1990 para a construção da Ferroeste, cujo trecho construído e em operação vai apenas de Cascavel a Guarapuava. Para completar o novo traçado, que será executado pela iniciativa privada, o governo solicitou os quatro ramais sob o novo regime de autorização.

 RAMAL DO MAR

Partindo de Guarapuava, o traçado da Nova Ferroeste vai seguir até o município de Inácio Martins, onde fará um novo trajeto pela encosta da Serra da Esperança. Na Lapa terá início um contorno da Região Metropolitana de Curitiba, ainda a ser executado. O desvio passa por Contenda, Araucária, Mandirituba, Fazenda Rio Grande e São José dos Pinhais, onde tem início a nova descida da Serra do Mar.

O trecho entre Balsa Nova e Paranaguá deve ser o primeiro executado no cronograma de obras. O custo dos lotes 2 (Guarapuava - Balsa Nova) e 1 (Balsa Nova-Paranaguá) está estimado em R$ 9,7 bilhões.

Dos 55 quilômetros entre São José dos Pinhais e Morretes, os trilhos seguirão em paralelo à BR-277, sempre que a topografia permitir, na chamada área de domínio, como sugere o Pano de Desenvolvimento Sustentável do Litoral (PDS- L). O trilho terá túneis, pontes e viadutos, incluídos no projeto para diminuir a supressão de área verde e o impacto ambiental. Nenhuma área de proteção integral será interceptada pelo empreendimento.

Esses detalhes todos serão debatidos em várias audiências públicas a serem iniciadas 45 dias depois de o Estudo de Impacto Ambiental ser aprovado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis