quarta-feira, setembro 22, 2021

Justiça marca para janeiro júri popular de acusados de matar psicóloga da penitenciária de Catanduvas

O júri popular dos cinco acusados no envolvimento na morte da psicóloga da penitenciária de Catanduvas, no oeste do Paraná, foi remarcado para o ano que vem. Após um pedido da defesa de um dos acusados, a Justiça Federal definiu para o dia 31 de janeiro a data do novo julgamento em plenário do Tribunal do Júri. Antes do pedido, o júri popular estava marcado para o dia 13 de dezembro. A sessão será realizada em Curitiba, no plenário do Tribunal do Júri da Justiça Federal.

No mês passado, o primeiro julgamento dos cinco acusados foi anulado, após o promotor de justiça apresentar aos jurados documentos inéditos, que não constavam no processo. Constatada a irregularidade, a juíza Gabriela Hardt acolheu um pedido da defesa e dissolveu o conselho de sentença, sem que se tivesse um veredito sobre o caso. O julgamento foi anulado após cinco dias de trabalho. A dissolução do conselho de sentença aconteceu após o início da fase dos debates orais entre a acusação e a defesa.

Mais de 15 pessoas já tinham sido ouvidas pelos jurados – em trabalho que foi totalmente inutilizado, após o desrespeito da regra processual. Agora, um novo julgamento deve acontecer do zero, com o sorteio de novos jurados e uma nova oitiva de todas as testemunhas. Melissa de Almeida Araújo tinha 37 anos quando foi assassinada, em maio de 2017. Ela, o marido e o filho, na época com 10 meses, foram vítimas de uma emboscada, em frente de casa. Armados com pistolas 9mm, modificadas para rajadas de 30 tiros, atiradores investiram contra o veículo do casal.

Após troca de tiros entre o marido da vítima, que é policial civil, com os bandidos, Melissa foi morta dentro de casa com dois tiros no rosto. O policial foi atingido por vários disparos, mas sobreviveu aos ferimentos. A criança saiu ilesa. O Ministério Público Federal atribui o crime ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo o órgão, o assassinato da mulher era parte de um plano da organização criminosa, para desestabilizar o sistema prisional do país.

Reportagem: David Musso