Uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prendeu 14 policiais rodoviários estaduais e um vereador de Campo Mourão, no centro-oeste do Paraná, segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR).
Além das ordens de prisão preventiva, a operação também cumpriu 54 mandados de busca e apreensão nas casas de 36 militares e quatro postos da Polícia Rodoviária Estadual, em Maringá, Iporã, Cruzeiro do Oeste e Cianorte.
Entre os presos está o vereador Sidney Ronaldo Ribeiro (PSD) e o capitão Rodrigo dos Santos Pereira, responsável pelo comando da 4ª Companhia do Batalhão de Polícia Rodoviária.
As investigações apuram um suposto esquema de pagamento de propinas a policiais rodoviários para a permissão da passagem de mercadorias importadas sem o pagamento de impostos, além de facilitação do tráfico de drogas.
"Havia uma espécie de pedágio em que muitos compristas, para evitar uma abordagem ao longo da rodovia, paravam nos postos e pagavam esses valores que já eram tabelados, dependendo do tamanho do veículo. Caso não houvesse o pagamento dessa propina, essas mercadorias eram apreendidas", afirmou a promotora Juliana Stofella da Costa.
Conforme o MP-PR, os policiais também são suspeitos de ficar com parte das mercadorias de infratores que não aceitavam pagar a propina. Para isso, os agentes faziam boletins de ocorrência genéricos, ocultando informações.
As investigações apontam que a carga era revendida para estabelecimentos especializados em comércios de equipamentos eletrônicos. Segundo o Ministério Público, o vereador de Campo Mourão é suspeito de comprar e vender as mercadorias.
O MP também apura o possível favorecimento na indicação de policiais para serviço em postos de fiscalização, em troca do pagamento de propinas.
Segundo o MP-PR, entre os alvos também estão casas de empresários e oito empresas. Os agentes também cumpriram 27 medidas cautelares de suspensão de exercício de função.
A operação, que também conta com o apoio da Polícia Militar, apura crimes de concussão, corrupção passiva, peculato, prevaricação, falsidade ideológica, lavagem de ativos e eventual receptação realizados por organização criminosa.
O Coronel Hudson Leôncio Teixeira, comandante-geral da Polícia Militar
do Paraná, elogiou a operação e afirmou que outras ações de combate à
corrupção estão sendo desencadeadas.