domingo, julho 11, 2021

IDR Paraná orienta sobre formas para controlar formigas cortadeiras

Na região Noroeste do Paraná, a formiga cortadeira - a saúva - já é considerada uma praga de difícil controle. Ela aparece na maioria das propriedades, causando prejuízos para diversas culturas. Para auxiliar no combate, os extensionistas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná|) prestam orientações a todos os produtores interessados em fazer o manejo adequado.

Os especialistas reforçam que se por um lado é impossível acabar com as elas, esse manejo torna viável o convívio com as saúvas. Informação e técnicas apropriadas são fundamentais para lidar com o problema. O manejo de formigas cortadeiras é obrigatório no Paraná, conforme lei estadual de 1995.
No município de Umuarama, por exemplo, o IDR-Paraná mantém uma Unidade de Referência onde os agricultores da região podem conhecer desde as espécies de formiga, características dos formigueiros, até as práticas para eliminá-los.

O extensionista José Cosme de Lima explica que para estabelecer um convívio com as formigas é preciso, primeiramente, ter informações. "É necessário conhecer a espécie, saúva ou quenquén, seus hábitos e formas de combate", ressaltou.

Ele destaca que o prejuízo não é pequeno. "Nas áreas de pastagem esses insetos competem com os animais por alimento. Um formigueiro, de um a seis anos, pode consumir de três a sete quilos de forragem por dia. Um ninho adulto da Atta capiguara, a saúva-parda, pode consumir até 50% das pastagens de uma área", alertou Lima.

O dano se estende também a áreas de lavoura. Segundo o extensionista, nos cultivos de cana a perda causada pelas formigas pode chegar a 3,2 toneladas de folha por hectare. Além disso, nas áreas com eucalipto três ataques sucessivos podem levar uma planta à morte. "A saúva desfolha o eucalipto e a planta não se recupera, não tem como fazer a fotossíntese", esclareceu.

ORIENTAÇÕES

Por essas e outras razões, Lima afirma que todo produtor deve iniciar o combate da formiga cortadeira tão logo observar o surgimento dos insetos na propriedade. Conhecer a espécie e seus hábitos é importante para escolher a melhor época e método de controle. Ele explica que de maio até julho, época de temperaturas mais amenas, as formigas ficam mais ativas na superfície do solo em busca de alimento. Nesse período é indicado o uso de iscas.
Já no verão, sob altas temperaturas, elas se recolhem para o interior do formigueiro, o que vai exigir que o produtor faça o controle nos horários de temperaturas amenas.

Mas além de conhecer a espécie, o extensionista orienta que o produtor descubra também o tamanho dos formigueiros das saúvas. "Um formigueiro é considerado pequeno quando tem até dois metros quadrados. O médio pode chegar a 20 metros quadrados. Acima desse tamanho é considerado um formigueiro grande. Isso é importante para definir o melhor método de controle", ressaltou.

O tamanho é definido multiplicando-se o maior comprimento pela maior largura da área de terra solta do formigueiro (murundum). Ele lembra que há uma única exceção nesta regra. "Quando se tratar da saúva parda (Atta capiguara), deve-se incluir também no cálculo o murundum, as rosetas e os discos existentes ao redor do monte de terra", disse.