O prefeito Raul Isotton (Sem Partido) fez um pronunciamento em cadeia de rádios no final da tarde deste domingo, 22, em Dois Vizinhos. Na ocasião, ele anunciou novas restrições em virtude da proliferação do coronavírus a partir de segunda-feira, 23.
O município conta com cinco casos suspeitos: dois homens, de 25 e 33 anos, que estiveram em São Paulo e Paraguai, além de uma mulher de 33 anos que teve contato com um dos homens com suspeita, além de um bebê de 1 ano que teve contato com pessoas que vieram do exterior. Todos estão em isolamento domiciliar. O quinto é o que mais preocupa e foi confirmado neste domingo: um idoso de 76 anos, com síndrome respiratória aguda grave que está no hospital Pró-Vida.
O prefeito, emocionado, falou que o novo decreto trará medidas drásticas. “Eu peço para as pessoas que compreendam o que estamos passando, a pressão que toda nossa equipe está sofrendo. Vimos, nas barreiras, gente indo para o alagado, indo pra casa de praia, com caixa de cerveja e fazendo festa. Tem gente indo a cada momento no supermercado. Eu peço encarecidamente para a população: fiquem em casa. Eu já estou conversando com a indústria, com a construção civil, vamos parar, vamos deixar trabalhar somente a saúde e quem produz alimento. Tenho convivido com os médicos diariamente, ouvindo eles, e faço esse apelo”, disse o prefeito.
Ele adiantou sobre algumas novidades que serão colocadas no documento. “Precisamos fechar, por 15 dias, tudo que não é essencial. Eu duvido que as famílias não tenham comida em casa para suportar uma semana sem ir comprar nada. Então, os mercados precisam reduzir os horários. Estamos dialogando, orientando e a população não está entendendo, estão fazendo rodas de amigos, conversando mesmo nesse cenário. Isso gera desespero da nossa parte. A situação é difícil, caótica, por isso, vamos ficar em casa. É um chamamento para a comunidade. Vamos deixar só o pessoal dos alimentos trabalhar. Estamos conversando com a BRF, medidas estão sendo tomadas lá também para que se altere a logística. O pessoal nosso da saúde está botando a cara e está levando desaforo, sendo xingado nas barreiras. É difícil suportar algumas coisas do povo”, explicou.
O prefeito disse, inclusive, que levou um ‘puxão de orelha’ dos prefeitos de Cruzeiro e Boa Esperança do Iguaçu. “Eles me ligaram falando que muita gente estava indo para o lago, mas é impossível fechar todos os pontos. O povo está indo para o lago e é uma falta de respeito. As pessoas não levam a sério e eu vou emitir o decreto para diminuir o número de pessoas circulando. Todo mundo tem as contas para pagar, eu também tenho a minha empresa, mas temos que nos adaptar. Estou implorando para a população: saibam difundir o que é essencial”, completou.
