Os presídios do Paraná passam por uma situação de superlotação. O Estado tem 18.635 vagas em seu sistema prisional e abriga 22.500 presos, de acordo com o Depen (Departamento Penitenciário). Ou seja, 20% a mais do que deveria.
Em um presídio específico, porém, a PEP 1 (Penitenciária Estadual de Piraquara), a superlotação é de apenas 1,2%. Lá, segundo dados da semana passada, estavam presos 752 detentos divididos em celas que juntas têm capacidade para abrigar até 743 pessoas.
A estatística aparentemente positiva dentro de um cenário ruim, contudo, não é motivo para celebração, alerta o Conselho da Comunidade de Curitiba, responsável pela fiscalização dos presídios da comarca da capital paranaense.
Isabel Kruger Mendes, presidente do órgão, afirmou que a superlotação na PEP 1 só não atinge nível semelhante ao de outras penitenciárias do Paraná devido ao poder que o PCC (Primeiro Comando da Capital) tem no estado.
"A PEP 1 é uma exceção porque líderes do PCC estão presos lá", disse ela. "Eles já avisaram que se colocarem mais presos, eles morrem."
Mendes monitora a situação do sistema carcerário do Paraná há mais de uma década. Disse que a supremacia do PCC no estado cresce na medida em que a superlotação dos presídios se torna mais grave.