domingo, fevereiro 25, 2018

Indústria e Transporte “comemoram” investida da Lava Jato no pedágio paranaenses

A deflagração da 48ª fase da operação Lava Jato, com foco nas concessões rodoviárias no Paraná foi vista com bons olhos por representantes do setor produtivo paranaense. Representantes da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e da Federação da Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar) manifestaram-se acerca das investigações que, para eles evidenciam o que há anos se vem questionando no estado: o alto preço das tarifas de pedágio em relação às concessões federais e estaduais e as distorções no modelo de concessão vigente no estado.

“Desde 2011, a Fiep tem, insistentemente, alertado que o setor produtivo e a sociedade paranaenses pagam uma tarifa de pedágio muito elevada, fruto de um modelo de concessão distorcido”, afirma o presidente da Fiep, Edson Campagnolo. “As novas revelações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal comprovam essa tese, trazendo à tona uma amostra do tamanho dos prejuízos que o custo do pedágio causa para nosso Estado”, completa.

Segundo declarações feitas por procuradores do MPF, os desvios causados pela corrupção no Anel de Integração podem ter elevado o valor das tarifas para os usuários das rodovias em até quatro vezes. “Isso mostra que, assim como a Fiep sempre afirmou, o setor produtivo do Paraná paga um custo de transporte muito mais alto do que seus concorrentes de outros estados. Com isso, o produto paranaense perde competitividade, tonando-se menos atrativo tanto no mercado interno quanto no externo, o que impacta diretamente nossa economia”, diz Campagnolo.

Por fim, Campagnolo reitera a defesa da Fiep pela construção de um novo modelo de concessão para o Anel de Integração. “Não somos contrários à concessão de obras e serviços à iniciativa privada. Pelo contrário, está claro que o Estado não tem competência para fazer a gestão da infraestrutura. O que precisamos é encontrar um modelo de concessão que, pautado na transparência, possibilite a realização das obras necessárias, mas com tarifas justas para os usuários”, conclui.