sexta-feira, janeiro 26, 2018

'Não aceitaremos de forma nenhuma que Lula seja preso', diz líder do MST

O coordenador do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), João Pedro Stedile, disse que os movimentos sociais não aceitarão "de forma nenhuma" a eventual prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A direção nacional do PT se reúne nesta quinta-feira (25) para reafirmar a candidatura de Lula a presidente da República, um dia depois da derrota do petista por unanimidade no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).

"E aqui vai o recado para a dona Polícia Federal e para a Justiça: não pensem que vocês mandam no país. Nós, dos movimentos populares, não aceitaremos de forma nenhuma que o nosso companheiro Lula seja preso", afirmou Stedile.

"O Poder Judiciário nos deu uma prova de que eles são burgueses. Eles foram didáticos de nos explicar como o Poder Judiciário neste país é antidemocrático e tem lado", seguiu o líder do MST.

A reunião da executiva, na sede nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), na região central de São Paulo, conta com a presença de Lula. Ele foi recebido ao som do refrão "olê, olê, olá, Lula, Lula", cantado pelos filiados.

Também no evento, o presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que os movimentos vão "enfrentar [a decisão] na rua e desautorizar o TRF-4". Ele prometeu organizar greves em bancos e no setor do agronegócio para protestar contra o que chama de retrocessos cometidos pelos "senhores capitalistas, pais do golpe".

"Quem financiou o golpe no Brasil foi a burguesia brasileira", disse Freitas. Segundo ele, em 19 de fevereiro será convocada "a maior greve geral da nossa história" se os deputados "ousarem votar a reforma da Previdência.

A senadora Gleisi chamou de "histórica" a reunião, que para ela ocorre após "um julgamento de caráter político". "Nós vamos continuar lutando na seara política, que é a nossa seara", afirmou. Segundo ela, o momento pede uma coalizão de centro-esquerda.