sexta-feira, dezembro 29, 2017

Fogos da discórdia


A vereadora Fabiane Rosa propôs, no início do ano, um projeto de lei que proibia os fogos de artifício com estampido em Curitiba. O projeto já passou por todas as comissões da Câmara Municipal e aguarda ser incluída na pauta de votação.

Conforme Fabiane, o problema não é só com os cães, mas é com animais em geral. Até com humanos, como idosos, doentes e pessoas especiais, como autistas, que sofrem com o barulho. Sem contar o despejo de gases tóxicos na atmosfera. “Os animais possuem audição sete vezes mais sensível que a nossa. Se para nós já é um terror, para eles é um pânico. Eles entram em choque, convulsionam, se prendem ou se machucam tentando fugir do barulho, alguns até morrem. Animais silvestres se perdem, se debatem em árvores, casas, prédios e outros obstáculos. Se você for no Barigui, no 1.º de janeiro, veja a quantidade de aves mortas”, alegou Fabiane.

Na visão dela, fogos só fazem mal e não trazem benefício nenhum. “Muita coisa foi tradição no passado, mas tivemos que evoluir. Escravidão já foi tradição no passado, hoje é um absurdo. É preciso evoluir”, alega a vereadora.

Conforme ela, várias cidades ao redor do Brasil estão discutindo leis como a que ela está propondo, como Santos, Ubatuba e Campinas, no estado de São Paulo, e Bombinhas, em Santa Catarina.

Saiba como cuidar do seu animal

Proteja

– Coloque algodão nos ouvidos de seu cão
– Coloque-o num quarto fechado, com o máximo de isolamento do som
– Se possível, deixe-o num lugar com o seu cheiro, para sentir-se mais confortável
– Ligue a TV, ou uma música, para que o cão não perceba tanto o barulho lá fora
– Dê brinquedos, para que se distraia
– Coloque comida ou petiscos dentro do brinquedo. O cão fica tão entretido que ‘distrai‘ do barulho
– Apesar das dicas, o dono tem que estar JUNTO ao animal
– Em alguns casos, os médicos prescrevem homeopatia, florais e fitoterápicos calmantes
– Para em que nada funciona, pode-se usar tranquilizantes, mas com o veterinário junto

Fonte: Adolfo Sasaki, médico veterinário

Ensine

– Mostra que não é algo ruim. Ao ouvir fogos, ao invés de pegar o bicho no colo e agradar, faça festa, jogue um petisco, brinque
– Grave vídeos e sons de fogos e mostre ao cão em som baixo
– Quando o cão se acostumar àquele som, vá aumentando o volume. Um pouco a cada dia
– Ao invés de vídeo, é possível ensinar o cão com os próprios fogos
– Nas primeiras semanas, encha um saco de pão e estoure. Comece de longe
– Quando o cão se acostumar com o saco de pão, passe a utilizar estralinhos, aqueles utilizados pelas crianças nas festas juninas
– Vá passando gradualmente a foguetes mais fortes
– ATENÇÃO: NUNCA solte os fogos perto do cão, pois pode machucar o corpo e os tímpanos. Faça à distância.

Fonte: Adolfo Sasaki, médico veterinário, e Walter Jeremias, da Associação Brasileira de Pirotecnia