Os Correios apresentaram nesta segunda-feira (29) um plano de reestruturação para conter a crise financeira da estatal e evitar que o prejuízo acumulado chegue a R$ 26 bilhões em 2026, caso nenhuma medida seja adotada.
Segundo o presidente da empresa, Emmanoel Rondon, a estatal vive um ciclo de perdas provocado por defasagem tecnológica, despesas majoritariamente fixas — que representam cerca de 90% dos custos — e insuficiência de caixa, fatores que afetam diretamente a qualidade dos serviços.
O plano será executado em três fases: estabilização financeira, revisão estrutural e operacional, e crescimento com modernização do modelo de negócios. A proposta prevê governança própria e metas internas válidas a partir de 1º de janeiro.
Entre as principais medidas estão a reabertura de um Programa de Demissão Voluntária (PDV), com possibilidade de desligamento de até 15 mil empregados até 2027, fechamento de cerca de mil unidades, venda de imóveis ociosos e revisão de benefícios. A expectativa é reduzir despesas em até R$ 5 bilhões até 2028.
Para garantir fôlego financeiro, a estatal contratou um empréstimo de R$ 12 bilhões com Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander, com garantia do Tesouro Nacional. O contrato tem prazo de 15 anos e três anos de carência.
Rondon afirmou que não há discussão sobre privatização, mas sim sobre parcerias com o setor privado para ampliar eficiência. O anúncio ocorre em meio à greve nacional dos trabalhadores, com dissídio coletivo em julgamento no Tribunal Superior do Trabalho nesta terça-feira (30).
Fonte: Portal IG
