O senador Sergio Moro (União Brasil) se aproxima de um cenário inédito para um político que sempre orbitou grandes estruturas partidárias, sua própria federação, a União Progressista, caminha para implosão e ele pode ficar sem legenda para disputar o governo do Paraná em 2026.
A crise ganhou data, 8 de dezembro, quando o presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), desembarca em Curitiba para abençoar o nome da ex-governadora Cida Borghetti como pré-candidata ao Palácio Iguaçu pelo Progressistas.
A visita de Ciro é tratada como ponto final na federação União Progressista, formada por União Brasil e PP, que nunca funcionou de fato no Paraná.
A direção estadual do PP, comandada pela deputada Maria Victoria, confirmou o encontro com Ciro. A agenda inclui reunião estratégica com a executiva, alinhamento das diretrizes para 2026 e, sobretudo, a construção da candidatura própria do partido. No pano de fundo, cresce a rejeição interna a Sergio Moro, pré-candidato oficial da federação.
Muitos prefeitos já haviam abandonado o PP após a federação, migrando para o PSD do governador Ratinho Junior, incomodados com a ideia de apoiar Moro fora do grupo político dominante no estado.
Nos bastidores ouvidos pelo Blog do Esmael em Brasília, parlamentares tanto do União quanto do PP afirmam estar dispostos a deixar suas legendas caso Moro seja ungido como candidato da federação no Paraná.
O União Brasil elegeu quatro deputados federais em 2022 e já perdeu Felipe Francischini para o Podemos. O PP elegeu cinco e perdeu Pedro Lupion para o Republicanos. O esvaziamento é lido como reação direta ao desgaste de Moro e à federação mal-sucedida.
O deputado Toninho Wandeescher (PP), líder da bancada paranaense na Câmara, confirmou sua disposição de deixar o partido, rumo ao Republicanos, caso Moro seja o candidato da federação ao governo do Paraná.
