O governador Ratinho Júnior (PSD) e o ex-senador Alvaro Dias (Podemos) polarizam a corrida ao Senado pelo Paraná. Uma pesquisa da Paraná Pesquisas, divulgada esta semana, mostrou Ratinho com 67,5% das intenções de voto e Alvaro com 40,8%. O levantamento foi realizado em Curitiba e na Região Metropolitana entre 25 de agosto e 1º de setembro.
A definição de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) como candidato da direita ao Palácio do Planalto em 2026 força Ratinho a escolher entre tentar o Senado ou concluir o mandato no Palácio Iguaçu sem disputar nada. O dilema expõe a limitação de espaço para novos líderes conservadores, já que o Planalto está carimbado para Tarcísio.
Dentro do Podemos, o clima é de faca no dente. A jornalista Cristina Graeml também se coloca como candidata ao Senado. Nos bastidores de Brasília, corre a versão de que Renata Abreu, presidente nacional da legenda, preferiria Alvaro na disputa majoritária e empurraria Graeml para a Câmara.
Esse racha lembra o embate de 2022, quando Alvaro e Sergio Moro não couberam no mesmo partido. Moro pulou para o União Brasil, venceu a eleição e deixou Alvaro na poeira. Agora, a história ameaça se repetir, com dois “bicudos” disputando espaço no mesmo ninho.
Na espontânea, Ratinho aparece com 1% e Graeml com 0,9%. Alvaro é citado por 0,4% dos eleitores, enquanto Sérgio Moro, já eleito senador, aparece com 1,1%. A maioria dos entrevistados (88,4%) não soube ou não respondeu.
Nos cenários estimulados, a polarização fica evidente. No primeiro, Ratinho mantém a dianteira com dois terços das intenções, seguido de Alvaro com 40,8%. Depois vêm Beto Preto (19,7%), Renato Freitas (12,6%), Filipe Barros (11,6%), Jeffrey Chiquini (6,8%) e Zeca Dirceu (5,8%).
Sem Ratinho e Alvaro no páreo, a disputa se fragmenta. Cristina Graeml aparece com 43,9%, Alexandre Curi com 30,6%, Beto Preto com 20,6%, enquanto Filipe Barros e Renato Freitas empatam em 15,5%. Jeffrey Chiquini marca 8% e Zeca Dirceu 7%.
A simulação confirma duas tendências. A primeira é que, se entrar no jogo, Ratinho é franco favorito ao Senado. A segunda é que, sem ele e Alvaro, o espaço se abre para novos nomes, com Graeml despontando no campo conservador.
O retrato mostra uma eleição ao Senado que será muito mais do que uma disputa de nomes. É a fotografia de uma direita dividida, pressionada a escolher entre tradição e renovação. O resultado pode redesenhar a correlação de forças no estado e no país.
Por / Esmael Moraes
