O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná cassou os mandatos de três prefeitos acusados de compra de votos, abuso de poder e improbidade administrativa. Os casos ocorreram em Cruzeiro do Iguaçu, São João e São Tomé, escancarando o caráter podre do sistema político e sua ligação direta com o coronelismo que ainda domina o interior do país.
Em Cruzeiro do Iguaçu, o prefeito Reni Kovalski foi acusado de pagar impostos de eleitores e oferecer empregos para garantir apoio nas urnas. Em São João, Clóvis Mateus Cuccolotto usou programas sociais para manipular o eleitorado. Já em São Tomé, Eliel Hernandes Roque teve o registro barrado por condenações e irregularidades em sua gestão anterior.
Apesar da manipulação aberta, os números mostram que a maioria da população rejeitou esses candidatos. Em cada cidade, os eleitos representavam menos da metade do eleitorado, enquanto milhares se abstiveram, anularam ou votaram em outros nomes. A realidade é que não havia unidade popular em torno de nenhum deles.
O próprio Ministério Público Eleitoral ainda pede a cassação do prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, e seu vice, por coagir servidores e usar financiamento ilegal. Casos que revelam que as eleições no Brasil não passam de arranjos entre velhos coronéis, oligarquias locais e grandes partidos, sustentados pelo dinheiro e pela chantagem.
