sexta-feira, julho 11, 2025

Justiça determina prisão definitiva de Alessandro Meneghel por homicídio de policial federal

A 2ª Vara Privativa do Tribunal do Júri de Curitiba expediu nesta quarta-feira (19) um mandado de prisão definitiva contra Alessandro Meneghel, condenado por homicídio qualificado. A decisão foi assinada digitalmente pelo juiz Leonardo Bechara Stancioli e decorre de condenação com trânsito em julgado, ou seja, não há mais possibilidade de recurso.

Meneghel foi condenado a cumprir uma pena de 29 anos, 1 mês e 15 dias de reclusão, em regime fechado. O mandado, que determina sua imediata prisão e recolhimento a uma unidade prisional, tem validade até 9 de julho de 2045.

A condenação envolve os crimes previstos no artigo 121, §2º do Código Penal (homicídio qualificado) e no artigo 309 do Código de Trânsito Brasileiro. O caso refere-se à morte do agente da Polícia Federal, Alexandre Drummond Barbosa, ocorrida na noite de 14 de abril de 2012, em frente à casa noturna Bielle Club, na Rua Paraná, em Cascavel.

De acordo com o processo, o crime aconteceu após um desentendimento dentro da casa noturna. Meneghel teria ido até sua residência, retornado armado com um cão dentro do veículo, e efetuado disparos de dentro de sua caminhonete contra o policial, que foi atingido e morreu na calçada. A vítima tinha 36 anos e a morte causou grande comoção entre colegas de profissão.

Naquela mesma madrugada, Meneghel foi preso em flagrante portando uma pistola e uma espingarda calibre 12. Ele permaneceu preso por mais de três anos, período em que esteve envolvido em episódios como a rebelião de 2014 na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC), atuando como um dos porta-vozes dos detentos nas negociações. Em julho de 2015, passou para o regime de prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.

O processo judicial foi marcado por polêmicas. O júri, inicialmente previsto para ocorrer em Cascavel, foi transferido para Curitiba devido a suspeitas de que a família de Meneghel, tradicional no setor rural e com histórico de envolvimento político — ele chegou a se candidatar a deputado estadual — poderia exercer pressão sobre testemunhas e jurados.

O primeiro julgamento, realizado em março de 2016, foi anulado pouco antes de sua conclusão, após a saída do advogado de defesa, Claudio Dalledone, do plenário.

O documento foi assinado pelo juiz Leonardo Bechara Stancioli no dia 9 de Julho de 2025, ontem, e as autoridades policiais de todo o estado estão autorizadas a cumprir o mandado, devendo comunicar a prisão imediatamente à Justiça.