Em uma decisão que soa como um duro golpe ao desenvolvimento regional, a Azul Linhas Aéreas confirmou nesta quarta-feira (2 de julho) com exclusividade ao Gmais Notícias que vai encerrar as operações no Aeroporto Tancredo Thomaz de Faria, em Guarapuava, a partir do dia 1º de setembro de 2025. Em nota oficial, a empresa alegou aumento de custos operacionais, escassez de aeronaves e necessidade de ajustes de oferta e demanda como motivos para a retirada da linha Guarapuava-Curitiba.
Trata-se de uma decisão que, embora justificada por variáveis econômicas globais, pode representar um retrocesso preocupante para uma das cidades mais estratégicas do Centro-Sul paranaense. Mais do que um simples cancelamento de rota, o fim dos voos comerciais significa menor competitividade econômica, redução na atração de investimentos, enfraquecimento do turismo regional e isolamento logístico em um momento em que Guarapuava se destaca justamente pela sua crescente projeção no cenário estadual.
MUITO ALÉM DOS PASSAGEIROS
Desde sua implantação, a linha aérea entre Guarapuava e Curitiba vem cumprindo papel decisivo para aproximar o município dos grandes centros políticos e empresariais do país. É por ela que empresários garantiam agilidade nos negócios, autoridades transitam para encontros institucionais e estudantes e profissionais de diversas áreas evitam as longas e perigosas viagens por rodovias saturadas.
Agora, com o anúncio da suspensão, Guarapuava volta a depender exclusivamente do transporte terrestre para acesso à capital e demais regiões, o que, além de ampliar o tempo de deslocamento, expõe os usuários a maiores riscos de acidentes e perdas econômicas.
O QUE DIZ A AZUL
Segundo a Azul, “a companhia reavalia constantemente suas operações como parte de um processo normal de ajuste de capacidade à demanda”. A nota cita “o aumento dos custos operacionais da aviação, impactados pela crise global na cadeia de suprimentos e a alta do dólar”, além da “disponibilidade de frota” como fatores determinantes.
Apesar da justificativa técnica, a decisão parece desconsiderar o papel estratégico de Guarapuava para o interior do Paraná. Mesmo que a Azul ainda opere em outras dez cidades no Estado, a perda da rota local reduz drasticamente a capacidade de integração logística de toda a região central do Paraná.