O cerco jurídico se aperta — e o placar também. O prefeito de Prudentópolis, Adelmo Luiz Klosowski, sofreu, nessa quinta-feira (26 de junho), mais uma derrota esmagadora na Justiça Eleitoral: 6 votos a 0 pela rejeição dos embargos de declaração apresentados por sua defesa. Esta foi a terceira tentativa frustrada de reverter a decisão que desaprovou as contas de sua campanha de 2024. E o mais preocupante: com unanimidade de votos dos desembargadores pela manutenção da decisão anterior.
A nova derrota vem após uma série de reveses em que Adelmo trocou de advogado, apostou em diferentes estratégias de recurso, mas não conseguiu convencer o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) de que as irregularidades em sua prestação de contas seriam apenas erros formais ou sanáveis. A corte, ao contrário, reforçou os fundamentos que levaram à desaprovação das contas.
Apesar da gravidade jurídica da sequência de derrotas, o mandato de Adelmo segue vigente, uma vez que a desaprovação de contas de campanha, por si só, não implica necessariamente na perda do cargo eletivo, salvo em casos de dolo comprovado ou abuso de poder — o que, até o momento, não foi reconhecido formalmente pela Justiça.
AFINAL, O QUE SÃO EMBARGOS DE DECLARAÇÃO?
Na tentativa de reverter decisões judiciais, um dos recursos disponíveis às partes é o chamado embargo de declaração. Trata-se de uma ferramenta jurídica utilizada quando se acredita que a decisão da Justiça possui omissões, contradições, obscuridades ou erros materiais. Em outras palavras, o réu não tenta modificar o mérito da decisão, mas busca esclarecer pontos que considera confusos ou mal fundamentados.
No caso de Adelmo, sua defesa alegou justamente isso: que havia inconsistências e omissões na decisão anterior que desaprovou suas contas. No entanto, a corte entendeu que não havia nada a esclarecer, reiterando por unanimidade que a decisão anterior era clara, fundamentada e juridicamente correta.
DECISÃO ENFÁTICA
A decisão foi assinada pelo presidente do TRE-PR, desembargador Sigurd Roberto Bengtsson, e acompanhada por outros seis julgadores, inclusive a desembargadora federal Claudia Cristina Cristofani e o procurador regional eleitoral Marcelo Godoy. A corte declarou:
“À unanimidade de votos, a Corte conheceu dos embargos de declaração, e, no mérito, rejeitou-os.”
CENÁRIO POLITICAMENTE DELICADO
A sequência de derrotas jurídicas de Adelmo Luiz Klosowski coloca seu nome sob forte escrutínio — não apenas legal, mas político. Ainda que se mantenha no cargo, a repercussão pode enfraquecer sua autoridade administrativa e comprometer alianças políticas em um ano que promete ser decisivo para os rumos eleitorais em Prudentópolis.
Enquanto o Tribunal mantém o tom implacável, resta saber quais serão os próximos passos da defesa do prefeito — e se novas tentativas de reverter a desaprovação das contas terão fôlego, ou se a Justiça Eleitoral seguirá falando em uníssono: rejeitado.