quinta-feira, março 06, 2025

Certidão da verdade: 56 anos após ser morto na ditadura militar, 1º prefeito de Balneário Camboriú terá documento e história atualizados

Julio Cesar Pio, filho do ex-prefeito Higino, relembra drama da família — Foto: Patrick Rodrigues/NSC

Na Quarta-Feira de Cinzas, em 19 de fevereiro de 1969, Higino João Pio, o primeiro prefeito de Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, foi preso pela ditadura militar sem justificativa aparente. Após duas semanas enclausurado, em 3 de março, no dia do aniversário de sua esposa, ele foi achado morto em uma das celas da Marinha, em Florianópolis.

Após 56 anos de esquecimento, a certidão de óbito que descrevia um suicídio forjado do político como causa da morte será atualizada. No documento, agora vai constar a verdade: ele foi morto pelo estado brasileiro durante a ditadura.

Higino João Pio é uma das 434 pessoas assassinadas ou desaparecidas pelo regime no Brasil, e o único morto em Santa Catarina. Todas as vítimas receberam o direito de ter o atestado da morte - a sua história - atualizados após resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O processo de alteração da certidão do prefeito catarinense está sendo feito em cartório no bairro Estreito, próximo de onde o político foi morto. A família do ex-prefeito, que lutou por anos pela documentação