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Julio Cesar Pio, filho do ex-prefeito Higino, relembra drama da família — Foto: Patrick Rodrigues/NSC |
Na Quarta-Feira de Cinzas, em 19 de fevereiro de 1969, Higino João Pio, o primeiro prefeito de Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, foi preso pela ditadura militar sem justificativa aparente. Após duas semanas enclausurado, em 3 de março, no dia do aniversário de sua esposa, ele foi achado morto em uma das celas da Marinha, em Florianópolis.
Após 56 anos de esquecimento, a certidão de óbito que descrevia um suicídio forjado do político como causa da morte será atualizada. No documento, agora vai constar a verdade: ele foi morto pelo estado brasileiro durante a ditadura.
Higino João Pio é uma das 434 pessoas assassinadas ou desaparecidas pelo regime no Brasil, e o único morto em Santa Catarina. Todas as vítimas receberam o direito de ter o atestado da morte - a sua história - atualizados após resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O processo de alteração da certidão do prefeito catarinense está sendo feito em cartório no bairro Estreito, próximo de onde o político foi morto. A família do ex-prefeito, que lutou por anos pela documentação