Centenas de policiais militares da reserva se reuniram no Calçadão de Francisco Beltrão para uma manifestação contra o Projeto de Lei (PL) 542/2024, que propõe a reestruturação da carreira militar no Paraná. O projeto, defendido pelo governo estadual, tem gerado grande insatisfação entre os policiais de baixa patente, especialmente devido à disparidade no reajuste salarial entre oficiais e praças.
O vereador Polícial Oberdan Saretta (PSDB), que convocou a manifestação, explicou que, enquanto os oficiais receberão um aumento de cerca de 32%, os praças, que representam a maioria da corporação, terão reajustes bem inferiores, com alguns chegando a receber apenas R$ 30 a mais. Saretta destacou que a principal demanda é por um tratamento igualitário, pois, segundo ele, “se o reajuste de 32% é válido para os oficiais, também deve ser para os praças.”
Os policiais da reserva e outros apoiadores, como familiares, empresários e membros da sociedade civil, têm pressionado pela revisão do PL, argumentando que os praças são os que realmente enfrentam os riscos diários nas ruas, além de desempenharem a maior parte do trabalho de segurança pública. Eles também criticam a disparidade salarial entre as patentes, com oficiais de alto posto recebendo valores significativamente superiores aos dos praças.
O projeto, que já passou pela Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Paraná, é visto por muitos como uma forma de valorizar desproporcionalmente os oficiais, em detrimento da grande maioria da tropa. Além disso, o vereador ressaltou a boa situação financeira do Estado, com crescimento do PIB e arrecadação elevada, como justificativa para uma reestruturação mais justa.
O deputado estadual Requião Filho (PT) também se posicionou contra a falta de equidade no PL, afirmando que a reestruturação não pode beneficiar apenas 5% da corporação, os oficiais. Ele está trabalhando em emendas ao projeto para garantir uma distribuição mais equilibrada dos reajustes.
A manifestação, que teve como objetivo chamar a atenção da sociedade e pressionar os legisladores por mudanças no projeto, aconteceu às 8h no Calçadão de Francisco Beltrão.