sábado, setembro 07, 2024

Ginecologista condenado por abuso sexual disputou eleição de 2022 pelo Paraná

 O médico ginecologista Felipe Sá Ferreira, de Maringá, no norte do Paraná, deverá ter os direitos políticos suspensos após ser condenado a 35 anos de prisão pelo abuso sexual de 38 mulheres. Ele foi candidato a deputado federal no Paraná pelo Partido Novo nas eleições gerais de 2022. Felipe Sá recebeu 2.516 votos, no entanto, não se elegeu.

A sentença condenatória determina que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná seja comunicado sobre a condenação, para a suspensão dos direitos políticos de Felipe.

Consultado, o presidente do diretório estadual do Partido Novo, Lucas Santos, comunicou que Felipe Sá não faz mais parte do quadro de filiados ao Novo. “Felipe Sá foi expulso do partido NOVO. Assim que o ocorrido foi conhecido, o Conselho de Ética do partido foi imediatamente acionado e decidiu por sua expulsão. O NOVO repudia veementemente qualquer tipo de abuso”, disse Santos.

No programa Filia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que Felipe Sá está com a situação “regular com pendência” por conta do processo de expulsão. Em uma de suas redes sociais, o médico ginecologista também se apresenta como filiado ao partido Novo.

Segundo o presidente do Novo, Felipe Sá aparece com a situação deo regular com pendência, porque o TSE exige que a pessoa concretize a expulsão. Ou seja, “ele está expulso do partido, mas o TSE só reconhece uma expulsão quando a pessoa vai lá e se desfilia. Mas ele está preso, então ele não pode ir lá se desfiliar, então fica regular com pendência no sistema”, justificou Santos.

Felipe Sá começou a ser investigado três meses após eleições

Felipe Sá foi preso em seu consultório, em 15 de junho de 2023, em Maringá, e levado para a Penitenciária Estadual de Maringá, depois transferido para o Complexo Médico Penal em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. Ele era investigado desde janeiro de 2023 por crimes de violação sexual mediante fraude, importunação sexual e estupro de vulnerável contra cerca de 40 mulheres — pacientes e ex-alunas do curso de medicina. Felipe Sá foi solto em 19 de dezembro de 2023, com uso de tornozeleira eletrônica. A defesa pretende recorrer da decisão que o condenou a quase 40 anos de prisão.