A história que marcou a nossa região a partir de conflitos fundiários e sociais poderá ser retomada a partir de novos ordenamentos, agora apenas geográficos. Mas será uma oportunidade de veredito, por exemplo, da condição de Palmas e suas terras após as demarcatórias motivadas pela Guerra do Contestado.
Depois mais de um século, as fronteiras territoriais do que fora Palmas outrora serão revisitadas. Todos os marcos que determinam as divisas dos estados do Paraná e Santa Catarina serão revisados. Implantados ainda no início do século 20, a partir da Guerra do Contestado, passarão uma verificação para corrigir eventuais distorções.
A proposta surgiu com a descoberta por um agricultor na região do litoral norte de Santa Catarina, entre Garuva e Guaratuba, no Paraná, que descobriu que a localização da divisa dos estados estava longe dos marcos originais pelo Exército Brasileiro em 1917. Em nova medição, o estado catarinense ganhou uma faixa de terra de quase cinco quilômetros quadrados.
Agora, toda a extensão da linha que divide Santa Catarina e Paraná vai passar por revisão. O proprietário ao notar que as marcas definidas pelo Exército após a Guerra do Contestado, não condiziam com os mapas, solicitou a revisão, que comprovou o equívoco. Com isso, seu terreno passou a ficar localizado em território catarinense, explica Amauri Simão Pampuch, diretor de Gestão Territorial (Diget) do Instituto Água e Terra (IAT), órgão ambiental estadual paranaense.
Conforme o diretor, a partir disso a intenção agora é seguir com a revisão por todo território que divide os estados. De Garuva e Guaratuba, já revisado, até Dionísio Cerqueira e Barracão, cidades localizadas no Oeste catarinense e paranaense, respectivamente, e que fazem fronteira com a Argentina.
O objetivo, junto com Santa Catarina, é unificar em uma linha só toda divisa entre os dois estados e ter uma divisa única, um traçado único, interpretando o mesmo divisor adotada também pelo IBGE. Agora será criado um grupo de trabalho e uma metodologia para revisão.