Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (9 de maio), a Operação Serendipitia, para aprofundamento da apuração da prática de crimes de lavagem transnacional de dinheiro, evasão de divisas, corrupção ativa e passiva e de associação criminosa. Entre os alvos, está Eduardo Requião, ex-superintendente do Porto de Paranaguá e irmão do ex-governador, Roberto Requião.
Cerca de 30 policiais federais cumprem 10 mandados de busca e apreensão e 13 mandados de sequestro de bens, expedidos pela 14ª Vara Federal de Curitiba, nas cidades de Curitiba e Rio de Janeiro. A Justiça Federal também determinou o bloqueio de contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados.
O caso foi iniciado em 2021, a partir de provas descobertas no âmbito da Operação Daemon, deflagrada naquele ano para desmantelar complexo esquema de pirâmide financeira no mercado de criptomoedas. Dentre os crimes então apurados, estavam também fraudes praticadas em processo de recuperação judicial das empresas do grupo investigado, tendo sido identificada a manutenção de contabilidade paralela com o auxílio de um empresário de Curitiba com atuação em negócios portuários no estado do Paraná.
O suspeito foi alvo de busca e apreensão durante a operação policial. Ao ser interrogado, forneceu elementos que indicavam a existência de esquema voltado à prática de lavagem transnacional de ativos e evasão de divisas que tinham como beneficiário pessoa que havia ocupado, no período de 2003 a 2008, a função de superintendente de empresa estatal responsável pela administração dos Portos do Paraná.
A análise dos materiais apreendidos na Operação Daemon validou as
suspeitas e, após autorização judicial para uso das provas, instaurou-se
novo inquérito policial. A investigação desmembrada demonstrou que o
suspeito teria recebido e mantido oculto, de 2009 a 2017, junto à
instituição financeira da Áustria, valores que ultrapassavam R$ 5
milhões e que pertenciam, de fato, ao ex-agente público.