O Ministério Público (MP) excluiu o crime de tentativa de homicídio da denúncia contra Rodrigo Neumann Pires, suspeito de matar um casal de seguranças a tiros em uma loja de conveniência de Guarapuava, na região central do Paraná.
O crime constava no indiciamento feito pela Polícia Civil, cuja investigação apontou que o caminhoneiro mirou em um terceiro segurança, que também foi alvo de tiros, mas sobreviveu aos disparos.
Rodrigo foi denunciado e se tornou réu por duplo homicídio, qualificado por motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima e por causar perigo comum às demais pessoas que estavam nas imediações do local.
O caso aconteceu no dia 23 de março, após o cliente discutir com os profissionais e voltar armado ao local, segundo a investigação.
Na denúncia, o MP justificou que excluiu o crime de tentativa de homicídio porque a real intenção era atingir apenas Edinéia e Vanderlei com os disparos, em razão do desentendimento anterior
"Ao que nos parece, o acusado confunde [o terceiro alvo] (por estar com roupa de segurança) com os verdadeiros alvos dos disparos (Edinéia e Vanderlei), sendo que quando percebe que ele não era o segurança almejado, cessa os disparos em sua direção", afirma a promotoria.
Ao receber a denúncia, a juíza responsável pelo caso concordou com o entendimento do MP por considerar que não há evidências para que Rodrigo responda também por tentativa de homicídio.
Sobre a denúncia, a defesa do réu considera que há excesso nas três qualificadoras e afirma defenderá no processo que o caminhoneiro seja julgado por duplo homicídio doloso simples, por considerar que houve uma agressão injusta por parte dos seguranças contra o cliente antes do crime.
Réu está preso preventivamente
Rodrigo Neumann Pires tem 43 anos e está preso preventivamente. Ele foi localizado horas depois do ataque e permanece detido desde então.
Em depoimento, ele confessou o crime e também admitiu que, momentos depois, mandou áudios para o próprio chefe relatando os assassinatos.
A defesa dele entrou com pedido de Habeas Corpus junto ao Tribunal de Justiça do Paraná solicitando relaxamento da prisão, mas o pedido foi negado em duas instâncias da Justiça.