Apesar de o Ministério Público do Paraná (MP-PR) ter anunciado na semana passada o fim do sigilo dos acordos que livraram o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Ademar Traiano (PSD), de responder a processo por corrupção, os detalhes do que ficou acertado formalmente entre o deputado e a Justiça ainda não vieram à tona.
Em nota de esclarecimentos divulgada no dia 17 de janeiro, o Ministério Público disse que, em 11 de dezembro do ano passado, fez o último pedido de levantamento de sigilo dos acordos de Não Persecução Penal e Não Persecução Cível na investigação sobre pagamento de propina a Traiano e ao ex-deputado Plauto Miró.
A nota foi a primeira manifestação do órgão desde que o escândalo veio à tona em dezembro, com a revelação de parte da colaboração premiada do empresário Vicente Malucelli.
Na delação, o empresário afirma que Traiano pediu e recebeu propina na renovação do contrato da Alep com a TV Icaraí, que pertence ao grupo J. Malucelli e prestou serviços ao legislativo estadual
A propina de R$ 200 mil, conforme a investigação, foi dividida entre Traiano e Plauto. De acordo com o Ministério Público, para se livrarem dos processos nas esferas cível e criminal, os dois delatados confessaram, fizeram os acordos e aceitaram pagar R$ 743 mil - entre devoluções e multas - para não responderem por improbidade administrativa e pelo crime de corrupção.
Ainda segundo a nota do MP-PR, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) analisou o pedido de queda do sigilo e autorizou a medida. Porém, na prática, isso ainda não aconteceu.