O julgamento de Roberto Soriano, um dos acusados pela morte da agente Penitenciária Federal de Catanduvas Melissa de Almeida Araújo, já tem data para acontecer. O Tribunal do Júri está marcado para o dia 14 de agosto e será presidido pelo juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba. A sessão de julgamento acontece na Sede da Justiça Federal do Paraná, no bairro Cabral. Será permitida a entrada apenas de pessoas diretamente envolvidas no julgamento ou autorizadas pela Justiça Federal.
Três dos réus já foram condenados e um absolvido pelo assassinato da psicóloga na cidade de Cascavel, em maio de 2017. O julgamento teve início no fim de janeiro. Contudo, no segundo dia, foi determinado o desmembramento do processo em relação ao acusado Roberto Soriano, pois a banca de advogados que atua em sua defesa deixou o plenário durante o julgamento.
Condenações
O Tribunal do Júri
começou na segunda-feira (30/01) e terminou na madrugada de domingo
(05/02). Foram ouvidas a vítima sobrevivente, o policial civil marido da
Melissa e mais nove (09) testemunhas de acusação, entre elas o delegado
da Polícia Federal, Marco Smith, responsável pela investigação do caso,
além de uma testemunha de defesa e duas testemunhas do juízo. Ao todo,
13 pessoas prestaram depoimentos durante o julgamento. A soma das
condenações ultrapassou 139 (cento e trinta e nove) anos.
O caso
A
vítima foi brutalmente assassinada por ser agente na Penitenciária
Federal de Catanduvas. Segundo as investigações, o crime foi motivado em
represália à atuação regular do Estado brasileiro no controle da
disciplina interna nas unidades do sistema carcerário federal. Os réus
foram acusados de agir no interesse da maior facção criminosa que atua
em todo território nacional, motivados pelo propósito de vingança a
funcionários e autoridades do Departamento Penitenciário Nacional
(DEPEN) e pela ideia de intimidação de toda a categoria de agentes
penitenciários federais.
Melissa foi morta em frente ao condomínio onde morava, na cidade de Cascavel, residência distante 55 km de Catanduvas. A psicóloga teve sua rotina monitorada por pelo menos 40 dias e foi considerada um alvo de “fácil alcance”, de acordo com as investigações. O marido, que é policial civil e estava junto no momento do crime, chegou a trocar tiros com os criminosos e ficou ferido. O filho do casal estava junto e nada sofreu.
Por se tratar de crime contra a vida de servidor público federal no exercício de suas funções, a competência para julgamento é do Tribunal do Júri da Justiça Federal. O processo envolvia ainda mais duas pessoas acusadas de participar do crime, mas já morreram.