Os dados fazem parte de um dossiê elaborado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), que trouxe estatísticas relevantes sobre os acidentes de trânsito por uso de álcool no Brasil a partir da análise de informações do Datasus referentes aos anos de 2010 a 2021.
A boa notícia é que no período analisado os óbitos por acidente de trânsito relacionados ao uso de álcool por 100 mil habitantes tiveram uma redução de 32%. Ainda assim, no ano de 2021 um total de 10.887 pessoas perderam a vida em decorrência da mistura de álcool com direção, com uma média de quase 29 mortes por dia (mais de uma morte por hora, portanto).
O Paraná, por sua vez, foi responsável por 846 desses óbitos, com uma taxa de 7,3 mortes por 100 mil habitantes – valor quase 50% acima da média nacional, de 5 falecimentos por 100 mil pessoas. Apresenta, portanto, uma das maiores taxas de morte em decorrência da mistura entre bebida alcoólica e direção entre todas as unidades da federação, atrás apenas de Tocantins (11,8), Mato Grosso (11,5), Piauí (9,3), Rondônia (8,4), Mato Grosso do Sul (7,8) e Goiás (7,7).
“Esse número é altíssimo se a gente considerar que as mortes atribuídas ao álcool por acidente de trânsito são completamente evitáveis. É só você não beber”, diz o psicólogo e pesquisador do Cisa, Kaê Leopoldo. Segundo o levantamento, cerca de 5,4% dos brasileiros relataram dirigir após beber, índice que tem apresentado estabilidade no país.
Data
15 anos de Lei Seca
A sanção da Lei 11.705 de 2008, mais conhecida como Lei Seca, completou nesta semana 15 anos. Conforme o Cisa, a legislação provocou importantes mudanças nos hábitos da população brasileira no que diz respeito a beber e dirigir, sendo que a lei anterior permitia a ingestão de até 6 decigramas de álcool por litro de sangue (o equivalente a dois copos de cerveja). Já a Lei Seca, quando foi sancionada, passou a tolerar 0,1 mg de álcool por litro de sangue, mas atualmente o nível máximo é de 0,05 mg/l.
