domingo, fevereiro 05, 2023

Três pessoas são condenadas em júri popular por envolvimento na morte de psicóloga da Penitenciária de Catanduvas

O Tribunal do Júri condenou três réus e um foi absolvido pelo assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo em Cascavel, no oeste do Paraná. Juntas, a soma das condenações passa de 139 anos. O julgamento teve início na segunda-feira (30). Veja detalhes das condenações abaixo.

Melissa que atuava na Penitenciária de Catanduvas foi morta a tiros em 2017 quando chegava em casa com o marido e o filho. Um inquérito da Polícia Federal (PF) apontou que a morte da psicóloga foi encomendada por uma facção criminosa. Veja detalhes mais abaixo.

Por se tratar de crime contra a vida de servidor público federal no exercício das funções, a competência para julgamento foi pelo Tribunal do Júri Popular da Justiça Federal.

O júri ocorreu em Curitiba e começou às 9h de segunda (30). Foram cinco dias de julgamento, segundo a Justiça Federal.

Condenados e penas:

  • Edy Carlos Cazarim: 17 anos, 5 meses e 10 dias
  • Wellington Freitas da Rocha: 55 anos, 5 meses e 15 dias
  • Elnatan Chagas de Carvalho: 66 anos, 3 meses e 20 dias
  • Andressa Silva dos Santos: absolvida.

Durante o Júri, foram ouvidas 13 pessoas. A vítima sobrevivente, o policial civil, viúvo de Melissa, e outras nove testemunhas de acusação, incluindo o delegado da Polícia Federal, Marco Smith, responsável pela investigação do caso, e uma testemunha de defesa e duas testemunhas do juízo.

Segundo o processo, outras duas pessoas acusadas de ter participado do crime já morreram.

O juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba determinou a retirada do processo do julgamento de Roberto Soriano, pois a banca de advogados que atuam na defesa deixou o plenário durante o julgamento, de acordo com a Justiça Federal. Uma nova data será remarcada para o julgamento.

A defesa do acusado disse que a ausência dos advogados no plenário foi por "entender que os Procuradores da República apresentaram informações inéditas ao processo, o que contraria o Código Penal Brasileiro". 

Acusados

Edy Carlos Cazarim, Wellington Freitas da Rocha e Elnatan Chagas de Carvalho foram condenados por homicídio triplamente qualificado contra Melissa e organização criminosa.

Entre os crimes cometidos pelos condenados estavam também tentativa de homicídio triplamente qualificado, posse de arma de fogo, munição e acessório de uso restrito e receptação dolosa.

O advogado Cláudio Dalledone que faz a defesa de Roberto Soriano afirmou que Roberto nega os fatos e que dentro do processo não há provas que possam indicar que ele tenha mandado matar a agente penal.

A Defensoria Pública da União (DPU) que representa o réu Edy Carlos Cazarim informou através de nota que "zela pela observância da legislação, que proíbe a divulgação de informações ou declarações sobre o mérito da causa nos processos que tramitam sob segredo de justiça".