quinta-feira, novembro 10, 2022

Ex-prefeito e ex-secretário são presos em operação contra fraudes em licitações no Paraná

O ex-prefeito José Maria Reis Júnior e o ex-secretário de administração Sandroval Probst, de Cândido de Abreu, nos Campos Gerais, foram presos nesta quarta-feira (9) durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Eles são suspeitos de receber propina para favorecer dois empresários em licitações do município.

Os empresários, da região de Ivaiporã, no norte do estado, também foram detidos. Segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR), ele pagaram mais de R$ 200 mil em propina ao ex-prefeito e ao ex-secretário para favorecimento em licitações.

Em nota, a defesa do ex-prefeito classificou a prisão com "um ato completamente temerário e desnecessário, para não dizer absurdo".

Os advogados afirmaram que acreditam na inocência de José Maria Reis Júnior e que estão tomando todas as medidas para que a prisão seja revogada.

O g1 tenta contato com os demais citados e procura a defesa dos envolvidos.

Segundo o MP, outros 26 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, além da cidade de Cândido de Abreu, em Ivaiporã, Jardim Alegre, São João do Ivaí e Cidade Gaúcha.

De acordo com o MP-PR, a operação apura os crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa, fraudes a licitação e lavagem de ativos, além de peculato.

Entre os alvos dos mandados de busca e apreensão estão um ex-prefeito e dois vereadores de Cidade Gaúcha, segundo o Gaeco. Os nomes não foram divulgados. Conforme o MP, as investigações apontam indícios de que os mesmos empresários ofereceram a eles vantagens indevidas, mediante a doação de lotes urbanos.

A operação foi deflagrada em parceria com o Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria).

Desvio de dinheiro

De acordo com o MP-PR, em um dos contratos investigados entre os empresários e o município de Cândido de Abreu, foi feito pagamento por parte da administração pública para aplicação de 300 toneladas de revestimento asfáltico para o pátio de uma escola municipal em 2016.

Contudo, um relatório do Núcleo de Apoio Técnico Especializado do Centro de Apoio à Execução do MPPR (Caex/Nate) apontou que foram aplicadas 85,2 toneladas, o que possibilitou o desvio de R$ 66.588,00 dos cofres públicos.

Nas investigações, o Gaeco também identificou que empresas administradas por um mesmo grupo econômico familiar participavam das mesmas licitações para simular concorrência, permitindo assim que fixassem o preço da licitação.