sexta-feira, dezembro 10, 2021

Sob efeitos da La Niña, Sul ainda deve ter pouca chuva, com risco maior de perdas na safra de verão

A região Sul do Brasil mantém a tendência de pouca chuva para as próximas semanas, o que coloca ainda mais em risco o desenvolvimento das lavouras de soja e de milho de primeira safra nos estados da região, especialmente no Rio Grande do Sul. O agrometeorologista da Rural Clima, Marco Antônio dos Santos, afirma que já há relatos de perdas entre 50% e até 70% em lavouras do cereal, por parte de produtores gaúchos.

"Essa ausência de chuvas regulares têm trazido apreensão aos produtores. A falta de chuvas já traz quebras, principalmente no Rio Grande do Sul, com relação a milho e soja. Principalmente no milho, em que já há quebras acentuadas. Algumas áreas, até superiores a 50% e propriedades falando em 70% de quebra milho verão no Rio Grande do sul", disse ele, em boletim divulgado via internet.

Marco Antônio explica que a situação é causada pelo fenômeno climático La Niña. Com as águas do Oceano Pacífico mais frias, os corredores de umidade ficam mais afastados da região sul do Brasil, provocando a falta de chuvas, que afetam o desenvolvimento das lavouras de verão no Sul do Brasil, especialmente na metade sul do Rio Grande do Sul.

"Para o final da semana e começo da semana que vem, há posibilidade de retorno das chuvas para o sul do brasil. Mas, dificilmente venha ocorrer chuva na metade sul  do Rio Grande do Sul, que deve se manter com poucas chuvas ao longo de dezembro", disse Santos.

A tendência para a próxima semana, segundo ele, é de pouca chuva para grande parte da região centro-sul do Brasil, especialmente na faixa mais ao norte do Rio Grande, do Sul, além de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e parte de Mato Grosso do Sul.

De outro lado, o problema na faixa mais central e norte do Brasil é o excesso de chuva, afirma o agrometeorologista da Rural Clima. Sem previsão de chuva para ao Cone Sul, e com o clima na região sob os efeitos do fenômeno La Niña, os corredores de umidade tendem a se manter nas áreas mais a norte do Brasil, fazendo chover mais em áreas de Rondônia, Mato Grosso, norte de Goiás, norte de Minas Gerais e no Matopiba.