O Governo do Paraná formalizou um pedido de perdão a família Abagge e
os demais acusados pela morte do menino Evandro Ramos Caetano em 1992,
em Guaratuba, no Litoral do Paraná.
A informação foi divulgada pela Secretaria da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf) ontem (segunda-feira, 28), cinco dias após a pasta informar que as famílias de Evandro e do menino Leandro Bossi receberiam um pedido de desculpas pela não resolução dos crimes. Conforme documento elaborado pela Sejuf e assinado pelo chefe da pasta, Ney Leprevost, na época do crime: “um grupo de legalidade questionável foi enviado a cidade pelo Estado e cometeu uma série de erros que geraram uma imensa sucessão de equívocos, contaminando toda a investigação”.
O caso voltou a repercutir após novas provas apontarem que os sete acusados pelo crime foram torturados. Áudios que mostram eles recebendo instruções para confessarem os crimes se tornaram públicos no início do ano passado, durante o podcast Projeto Humanos. No início deste mês, os acusados: Beatriz Abagge, Davi dos Santos Soares e Osvaldo Marcineiro entraram com um pedido de revisão criminal ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR). A defesa do trio apresentou um laudo que atestaria a veracidade das gravações e um parecer psicopatológico que reforçaria os episódios de tortura.
O advogado dos acusados, Figueiredo Basto, pede que Beatriz, Davi e Marcineiro sejam absolvidos, os processos sejam anulados e que uma indenização seja paga aos três.
Beatriz Abagge foi condenada a 21 anos de prisão pelo crime. Os pais de santo Osvaldo Marcineiro e Davi dos Santos Soares foram sentenciados a 20 e 18 anos, respectivamente. Os pedidos de perdão da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf) surgiram após a divulgação de um relatório dos trabalhos do Grupo de Trabalho “Caso Evandro – Apontamentos para o Futuro” que propôs uma série de medidas práticas para prevenir tortura estatal, combater violência contra crianças e agir em casos de desaparecimento de pessoas.