sexta-feira, novembro 05, 2021

Troca de deputados após cassação de Francischini leva a exoneração de 52 comissionados da Alep

A troca de quatro deputados na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) após a cassação de Fernando Francischini (PSL) levou a exoneração de 52 funcionários comissionados lotados nos gabinetes dos deputados que perderam o mandato, em comissões e lideranças.

As exonerações foram publicadas no Diário Oficial na quarta-feira (3). Adelino Ribeiro (Patriotas), Nereu Moura (MDB), Elio Rusch (DEM) e Pedro Paulo Bazana (PV), que assumem as vagas na Alep na segunda-feira (8), farão novas nomeações.

Exonerações por gabinete:

  • Subtenente Everton (PSL): 14 comissionados
  • Fernando Francischini (PSL): 7 comissionados
  • Emerson Bacil (PSL): 9 comissionados
  • Do Carmo (PSL): 9 comissionados
  • Bloco PSL/PTB: 3 comissionados
  • Comissão de Constituição e Justiça (CCJ): 7 comissionados
  • Comissão de Segurança Pública (CSP): 3 comissionados

Francischini presidia a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a principal da Casa. Na Comissão de Segurança Pública (CSP), apenas Subtenente Everton fazia parte entre os deputados que perderam o mandato - este por outro processo.

Cassiano Caron (PSL), que tinha assumido a vaga dele no fim de outubro e também já deixou a Casa, não chegou a fazer nomeações.

Conforme o Portal da Transparência, em agosto a Alep tinha 1.756 funcionários em cargos em comissão. Já a quantidade de servidores concursados era de 194 no mesmo mês.

Cassação de Francischini

Fernando Francischini foi cassado pelo TSE, há uma semana, por ter propagado informações falsas sobre a urna eletrônica e o sistema de votação durante as eleições de 2018. Essa foi a primeira vez que o tribunal tomou decisão relacionada a político que fez ataque às urnas eletrônicas.

Ele tinha sido o deputado mais votado da história do Paraná em 2018, com 427.749 votos. A chapa do político elegeu oito parlamentares.

Pela decisão, além de perder o mandato, o deputado fica inelegível por oito anos. O TSE determinou que os votos obtidos por ele na eleição fossem anulados, além de uma nova totalização pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).

Francischini foi alvo de investigação após afirmar, sem apresentar provas, em suas redes sociais, durante o primeiro turno das eleições de 2018, que as urnas eletrônicas foram adulteradas para impedir a eleição do presidente Jair Bolsonaro.

Na ocasião, o TRE-PR fez auditoria nas urnas e constatou que elas estavam com funcionamento normal, sem indícios de fraude em seu sistema.

Em nota, no dia da cassação, Francischini afirmou que lamentava demais a decisão. "Um dia triste, mas histórico na luta pelas liberdades individuais. Nós vamos recorrer e reverter essa decisão lá no STF, preservando a vontade de meio milhão de eleitores paranaenses", disse.