quinta-feira, outubro 14, 2021

Trecho da Ferroeste que contempla várias cidades da CANTU , agora pode contemplar o Sudoeste paranaense

           O Oeste do Paraná e o Oeste de Santa Catarina poderão ser conectados por uma estrada de ferro nos próximos anos. O Ministério da Infraestrutura confirmou que a Ferroeste solicitou autorização federal para construir uma nova linha férrea de 286 quilômetros, que ligaria Cascavel a Chapecó (SC). Existe também a possibilidade da construção de um trecho da ferrovia, de Cascavel a Foz do Iguaçu. 

 CANTU

O atual traçado da Ferroeste inicia em Guarapuava e se estende até Cascavel. Atualmente, ao longo de seu trajeto, a estrada de ferro contempla os municípios de Candói, Goioxim, Cantagalo, Marquinho, Laranjeiras do Sul, Nova Laranjeiras, Guaraniaçu, Ibema e Campo Bonito, ao todo 11 municípios paranaenses.

Investimento é alto

O investimento previsto para a construção dos 286 quilômetros é de R$ 6 bilhões, totalmente da iniciativa privada para a construção do novo braço da estrada de ferro, que atende a uma reivindicação antiga de suinocultores e avicultores do Oeste catarinense, já que dependem do transporte do milho do Mato Grosso do Sul para compor a ração animal. Esse transporte hoje é feito por rodovia que tem um custo cerca de 30% superior em comparação com o transporte ferroviário. Os suinocultores e avicultores do Sudoeste também seriam beneficiados pelo novo trecho da ferrovia.

Sudoeste do Paraná

A ferrovia deve cortar a região Sudoeste do Paraná, o que também, automaticamente, traria benefícios para a economia, sobretudo para o agronegócio regional. De acordo com o presidente da Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop), Nilson Feversani (PSDB), prefeito de Bom Sucesso do Sul, nos próximos dias deve acontecer uma reunião de empresários e lideranças políticas com a Invest Paraná, autarquia do governo do Estado, que atua como ponte entre projetos que envolvem a iniciativa pública e a iniciativa privada. “É de suma importância, porque vem agregar muito para o Sudoeste, porém o valor é muito alto. Todo mundo tem essa vontade, de fazer a parceria e trazer um braço da Ferroeste. Vamos conversar muito sobre esse assunto porque é muito importante para o Sudoeste.”

Mais competitividade

Para Davi Nesi, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Francisco Beltrão, é muito importante que a região conte com as ferrovias, porque esse tipo de modal de transporte sempre traz investimentos. “Um exemplo é a Alemanha, que tem aproximadamente o tamanho do território do Estado do Paraná e tem cinco vezes mais ferrovias que o Brasil.”
A inclusão do trajeto no Sudoeste, segundo Feversani, seria importante para que a região não perdesse em competitividade. “Sempre que o mercado exterior for mais atraente, os produtores devem enviar diretamente ao porto de Paranaguá.”

Incremento na economia

O deputado estadual Ademar Traiano (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), avalia que esse braço da rodovia, que deve cruzar o Sudoeste, é um incremento a mais na economia regional e vai propiciar o encurtamento não só das distâncias, mas também dos custos. “É com certeza um marco para o nosso Sudoeste, para a sua infraestrutura, uma região essencialmente agrícola. Uma ferrovia dá a possibilidade da consolidação da nossa economia regional.”

PEC autorizou novo modal de transporte no estado

O governador Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD) e o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Ademar Traiano (PSDB), oficializaram segunda-feira, 2 de agosto, em cerimônia no Palácio Iguaçu, a promulgação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que institui a modalidade de autorização na infraestrutura para o modal de transporte ferroviário no Estado do Paraná.

É uma pequena mudança na Constituição do Paraná que deve desencadear uma grande transformação econômica no Estado. A partir dela, uma empresa interessada em construir uma linha férrea vai percorrer um caminho mais rápido e menos burocrático no relacionamento com a administração pública, podendo receber do governo um parecer positivo para um projeto próprio, desde que em conformidade com a legislação ambiental. (*Com informações da Gazeta do Povo).