O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta quinta-feira (21), que o governo criará um auxílio para caminhoneiros em razão da alta do diesel. A categoria faz parte da base de apoio do mandatário.
O chefe do Executivo disse que a medida beneficiará cerca de 750 mil caminhoneiros, mas não revelou valores nem a origem dos recursos para a criação do novo benefício.
A Caixa Econômica Federal deve operacionalizar o novo programa. Interlocutores que participam das negociações afirmam, contudo, que os detalhes do benefício ainda estão sendo acertados.
O drible no teto de gastos foi costurado pelo governo para "caber" no orçamento o Auxílio Brasil de R$ 400 determinados pelo presidente. A mudança pode abrir espaço de ao menos R$ 83 bilhões no ano que vem, quando Bolsonaro disputará reeleição.
O novo cálculo entrou na PEC dos Precatórios, cujo relatório foi lido nesta quinta-feira (21). Se aprovado, o governo quer usar parte dos R$ 15 bilhões que vão surgir no orçamento deste ano para custear o benefício. O restante vai pagar o Auxílio Brasil e vacinas.
Na mesma reunião do último dia 18 no Palácio do Alvorada, em que Bolsonaro exigiu que técnicos encontrassem saídas para o sucessor do Bolsa Família da forma como gostaria, também reafirmou que queria um auxílio-combustível.
"Os números serão apresentados nos próximos dias. Vamos atender aos caminhoneiros autônomos. Em torno de 750 mil caminhoneiros receberão ajuda para compensar aumento do diesel", disse o presidente nesta quinta-feira em cerimônia no interior de Pernambuco.
A alta no preço do diesel tem levado caminhoneiros a ensaiarem novas paralisações no país em novembro. A categoria faz parte da base de apoio de Bolsonaro.
O preço do combustível teve alta nas duas últimas semanas e passou de R$ 4,961 para R$ 4,976. No ano, a alta chegou a 37,99%.
Para Bolsonaro, a disparada nos valores dos combustíveis ocorre por causa dos preços no exterior.
"O preço do combustível lá fora está o dobro do Brasil. Sabemos que aqui é um outro país, mas grande parte do que consumimos em combustível, ou melhor, uma parte considerável nós importamos e temos que pagar o preço deles lá de fora", afirmou.
O anúncio do novo auxílio para caminhoneiros ocorre ao mesmo tempo em que o mercado financeiro repercute negativamente a possibilidade do governo descumprir o teto de gastos para bancar o novo programa Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, a R$ 400.
O Auxílio Brasil é visto como fundamental para alavancar a popularidade do presidente Bolsonaro em 2022, ano em que ele deverá tentar a reeleição.