quarta-feira, abril 14, 2021

Exército vistoria área em PONTA GROSSA que pode sediar escola de Sargento das Armas

Uma comitiva do Exército esteve na cidade para conhecer o local de possível instalação da unidade. A cidade paranaense disputa com Recife (PE) e Santa Maria (RS). Previsão de investimento é de R$ 1,2 bilhão. Escola deve receber até 2,4 mil alunos internos e abrigar quase 9 mil pessoas.

Ponta Grossa, nos Campos Gerais, é uma das três cidades brasileiras que pleiteiam receber a nova sede da Escola de Sargentos das Armas (ESA) do Exército Brasileiro. Uma comitiva da corporação esteve na cidade nesta terça-feira (13) para conhecer o local de possível instalação da unidade. Representantes da prefeitura e do Governo do Estado apresentaram os potenciais e a estrutura do município.

O diretor de Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente do Exército, general Paulo Alípio Branco Valença, o comandante da 5ª Divisão de Exército, general José Russo Assumpção Penteado, e uma comitiva técnica de engenheiros fizeram um sobrevoo e depois vistoriaram o terreno onde a escola pode ser implantada.

Trata-se de uma área de 4,5 mil hectares no distrito de Itaiacoca, onde fica atualmente a Fazenda Modelo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em contrapartida, a Embrapa receberia uma área do Exército localizada no município vizinho de Palmeira.

Sediada há mais de 70 anos em Três Corações, em Minas Gerais, a Escola de Sargentos das Armas forma oficiais especializados em operações bélicas, mas pretende ampliar sua abrangência e até duplicar o número de militares formados. Ela será então implantada em outro local, que deve ser definido em agosto pelo Comando-Geral do Exército a partir das análises que estão sendo elaboradas nesta fase.

Ponta Grossa foi uma das 18 cidades estudadas para receber a estrutura da ESA e hoje disputa a escolha com outras duas: Recife (PE) e Santa Maria (RS). A previsão é que sejam investidos R$ 1,2 bilhão para a instalação da escola, que deve receber até 2,4 mil alunos internos, além de professores e outros oficiais, somando quase 9 mil pessoas vivendo no local.

Na avaliação da prefeita Elizabeth Schmidt, seria uma cidade dentro de outra – para se ter ideia, quase metade dos municípios paranaenses têm menos de 9 mil habitantes. “Batalhamos para receber essa estrutura porque fará uma grande diferença no futuro de Ponta Grossa, vai movimentar o comércio e toda a cidade”, afirmou.

“Temos muitos diferenciais com relação às outras cidades. Uma boa infraestrutura, água, energia, rodovias de qualidade e muito potencial. Não é apenas uma infraestrutura que sonhamos construir, mas que já temos no município”, salientou a prefeita. “Essa conquista vai ser muito importante para o futuro da cidade, porque a ESA vem para ficar aqui por décadas, e Ponta Grossa tem uma estrutura preparada para recebê-la”.

FORMAÇÃO – O comandante da 5ª Divisão explicou que, com a migração, a ESA vai reunir toda a formação de sargentos do Exército, incluindo também outras áreas, como saúde, mecânica e aviação. “Estamos falando de 2,2 mil a 2,4 mil alunos e uma população de quase 9 mil pessoas fazendo a escola funcionar. Vamos centralizar a formação de oficiais e sargentos, que é a base do Exército Brasileiro, com a oferta de cursos de dois anos na modalidade de tecnólogo”, explicou.

“É importante que a estrutura fique reunida em um local que atenda bem essa formação”, ressaltou o general Penteado. “O diferencial daqui é que é uma área que não pertence ao Exército, além da centralidade de Ponta Grossa com relação às outras duas. Mas as três têm seus potenciais, e o que o Exército decidir será uma boa escolha”.

O secretário estadual da Segurança Pública, Romulo Marinho, lembrou que o Paraná já chegou a se preparar para receber uma academia militar nos moldes da ESA há cerca de 30 anos, e ressaltou que o Estado reúne as condições propícias para sediar a escola. “Já temos uma sinergia antiga e agora temos uma oportunidade de ganha-ganha. O Estado comprou essa ideia e quer trazer esse investimento para cá”, afirmou.

“O Paraná pode receber um investimento bilionário e o Exército estará em uma cidade que representa a modernidade e que está preparada para ser um grande polo de desenvolvimento. Além disso, com a instalação no município, o patrimônio do Exército vai ganhar um espaço de quase 50 quilômetros quadrados”, ressaltou o secretário.
 
ESTRATÉGICA — Ponta Grossa conta com uma localização estratégica que pode ser um fator importante para a tomada de decisão. Quarta maior cidade do Estado, está localizada a pouco mais de 100 quilômetros de Curitiba, com acesso fácil ao Aeroporto Internacional Afonso Pena, ao Porto de Paranaguá e com um entroncamento rodoviário que a conecta a diferentes regiões brasileiras.

O secretário estadual da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, destacou que a pasta vai dar todo o apoio e assessoria para a viabilização da estrutura. “Podemos garantir o acesso logístico à área onde ela será implantada para garantir essa operação. Ponta Grossa tem um papel importante nesse sentido, por ser uma região bastante estratégica”, destacou.

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As Forças Armadas também contam com outras estruturas no município, que é sede do 13o Batalhão de Infantaria Blindada (13º BIB), do Esquadrão de Comando da 5a Brigada de Cavalaria Blindada e do Comando da 5a Brigada de Cavalaria Blindada, subordinados à 5a Divisão do Exército.

O Paraná tem, ainda, uma outra ligação com a unidade, que recebe oficialmente o nome de Escola de Sargentos das Armas Max Wolf Filho, em homenagem ao militar paranaense, nascido em 1911 no município de Rio Negro. O patrono da escola foi sargento da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e morreu em 12 de abril de 1945, em sua última missão na frente de combate na Segunda Guerra Mundial.