quarta-feira, janeiro 27, 2021

Juiz não marca julgamento de acusado de morte da youtuber Isabelly, em Pontal do Paraná

Por causa da pandemia de Covid-19, a Justiça do Paraná optou por não marcar a data do julgamento do acusado de matar a youtuber Isabelly Cristine Santos, em Pontal do Paraná, no litoral do estado. Ela tinha 14 anos e foi morta em fevereiro de 2018 durante uma discussão de trânsito. 

O juiz Amin Abil Russ Neto justificou a decisão por falta de estrutura adequada da sala onde são feitos os julgamentos do Tribunal do Júri, no Fórum de Pontal do Paraná. Segundo o magistrado, o espaço não atende aos protocolos sanitários da pandemia. Os protocolos citados pelo juiz foram definidos pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).

Na decisão, o juiz argumentou que a sala é pequena, o que pode colocar os envolvidos em risco de contágio pelo coronavírus. Além disso, a Justiça converteu a prisão preventiva de Everton Vargas, acusado de matar a youtuber, em prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica.

O caso 

Segundo a Polícia Civil, Isabelly foi atingida por um tiro acima do olho esquerdo, na madrugada de 14 de fevereiro de 2018. Ela estava no banco de trás de um carro, ao lado da mãe. Nos bancos da frente do veículo, estavam um amigo e o pai do amigo.

Em depoimento, o motorista disse que foi fechado por um carro pouco antes do crime, e relatou que, logo após a fechada, o carro parou a cerca de 60 metros. Segundo ele, um dos ocupantes do veículo, sem descer do mesmo, atirou três vezes contra o carro onde estava Isabelly e a mãe. A youtuber chegou a ser socorrida, mas morreu no mesmo dia.

Everton e Cleverson Vargas, disseram à época, que foram ameaçados e agiram por "instinto de defesa". Os dois viraram réus no processo em 2018. Everton foi denunciado pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e também por porte ilegal de arma de fogo e munição. Ele irá a júri popular.

Cleverson Vargas, que dirigia o veículo, também havia sido denunciado por homicídio qualificado, mas como partícipe, e por embriaguez ao volante. Em 2019, a Justiça decidiu que ele não deveria mais responder pelo crime de homicídio.