sexta-feira, novembro 06, 2020

TJ-PR decide que pai e avó de menina enterrada em quintal em Rolândia vão a júri popular

O pai e avó de uma menina de 11 anos encontrada enterrada no quintal de um imóvel da família, em Rolândia, no norte do Paraná, vão a júri popular. A decisão da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) é desta quinta-feira (5). A data do julgamento não está marcada.


Ele confessou que enterrou o corpo da filha, mas nega que tenha matado a criança. A versão do pai indica que ele encontrou a filha pendurada por uma corda na porta do quarto e que, no desespero, ocultou o corpo.

A avó de Eduarda, Terezinha de Jesus Guinaia, foi denunciada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), mas o juiz da primeira instância entendeu que não havia indícios suficientes da participação dela.

Após o recurso ao TJ-PR, os desembargadores decidiram que a avó será julgada no Tribunal do Júri pela prática dos crimes de ocultação de cadáver e de falsidade ideológica.

Ela chegou a ser presa suspeita de participação na morte da neta. Depois, foi autorizada pela Justiça a responder ao processo em liberdade. Terezinha sempre negou qualquer envolvimento no caso.

Conforme a análise da relatoria do caso, as circunstâncias que envolvem os fatos apontam para a premeditação do crime. Sobre a avó, o entendimento foi o de que, ciente da rejeição do pai em relação à menina, ela não adotou cuidados de proteção necessários.

O que dizem as defesas

O advogado de Terezinha de Jesus Guinaia se disse surpreso com a decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Reafirmou que não há provas que liguem Terezinha à morte da neta e disse que irá recorrer aos tribunais superiores.

A defesa de Ricardo Seidi também disse que irá recorrer por não concordar com a decisão do Tribunal de Justiça.

Relembre o caso

A criança desapareceu em 24 de abril de 2019, em Rolândia. Quatro dias depois, a Polícia Civil encontrou o corpo enterrado nos fundos de uma casa que pertence ao pai da menina, Ricardo Seidi.


Um exame do Instituto Médico-Legal (IML) apontou que a menina Eduarda Shigematsu morreu por esganadura - o que contraria a versão do pai.

Ele foi preso por suspeita de ocultação no mesmo dia em que o corpo foi achado. Eduarda nasceu quando a mãe dela tinha 16 anos. Jéssica Pires perdeu a guarda da menina logo depois de se separar de Ricardo Seidi.