domingo, julho 26, 2020

Laranjeiras do Sul COMEMORA o dia de sua PADROEIRA '' SANT'ANA ''


Fonte da foto: acervo pessoal de Marco Aurélio Pellizzari Lopes.


O dia do padre é celebrado oficialmente em 04 de agosto, data da festa de São João Maria Vianney, desde 1929, quando o Papa Pio XI o proclamou “homem extraordinário e todo apostólico, padroeiro celeste de todos os párocos de Roma e do mundo católico”. Padroeiro é o representante de uma categoria de pessoas, cuja vida e santidade comprovadas estimulam a uma vida de fé em comunhão com a vontade de Deus.

 Tendo em vista essa explicação, vamos enaltecer os vários padres que evangelizaram em Laranjeiras do Sul, desde antes da criação da Paróquia Sant’Ana, começando no longínquo ano de 1895, quando padres guarapuavanos viajavam pelo sertão percorrendo a cavalo distância superior a duzentos quilômetros entre a ida e a volta para celebrar missas, casamentos e batizados nas casas das famílias. Entre eles os padres Domingos Piacenti e Ângelo de Feo e os freis Redempto Kullmann e Burchardo Sasse.

No ano de 1906, foi construída a primeira capela no pequeno vilarejo e algum tempo depois, a pioneira Ana Coutinho, devota de Sant’Ana encomendou uma imagem que foi trazida pelos tropeiros que levavam suínos a Ponta Grossa.

No dia 24 de novembro de 1933, o bispo diocesano de Ponta Grossa, Dom Antonio Mazzaroto assinou o Decreto nº VI, criando a Paróquia Sant’Ana, respeitando a devoção dos moradores e mantendo como padroeira Nossa Senhora Sant’Ana. Em seguida, por telegrama expedido a Foz do Iguaçu, o bispo convocou o padre João Gualberto Pogrzeba para assumir como pároco em Laranjeiras do Sul. João Gualberto que pertencia à ordem do Verbo Divino veio desde Foz até Laranjeiras a cavalo e assumiu a paróquia no dia 18 de janeiro de 1934. No dia 15 de novembro de 1940, Dom Manoel Koenner, prelado em Foz do Iguaçu, nomeou como pároco da Paróquia Sant’Ana, o padre Paulo Schneider, que aqui permaneceu evangelizando durante 12 anos, tendo falecido no dia 04 de novembro de 1952. 

Moradores antigos contam que padre Paulo costumava visitar as comunidades a cavalo, não importando a distância e costumava levar remédios aos doentes. Fazia dos pelegos, capa e arreios, sua cama e cobertas e muitas vezes, dormia no caminho, entre uma e outra comunidade. Há anos atrás, a pioneira senhora Júlia Sartori de Camargo, em depoimento ao padre Silvano Zennari, assim definiu o padre Paulo Schneider: 

“Se o padre Paulo não chegou a ser um santo, chegou certamente a ser um mártir”. Referia-se ao pároco que mesmo idoso e com a saúde abalada, com extremo sacrifício percorria o interior, levando o apoio espiritual e até mesmo remédio aos doentes.

O padre Clemente Kampmann tomou posse como pároco no dia 1º de março de 1953 e era um líder nato.

Menos de um mês após sua chegada constituiu uma comissão para a construção da nova matriz. A comissão era formada por Xenofonte Lopes (presidente), Saulo Ferreira, Geraldo de Freitas, Alcindo Natel de Camargo, Eugenio Sganzerla, Domingos Mufatto, Pedro Pinto de Oliveira, Thadeu Folda, Avelino Badotti, Antonio Guerra, Antonio Wilczeck e Otaviano Lisboa. 

A pedra fundamental foi lançada em 26 de julho de 1953.

A comissão era muito atuante e a ajuda da comunidade foi essencial para a realização da obra bem como o empenho de Padre Clemente. No Livro Tombo da Paróquia consta que, na Páscoa de 1955 a Igreja estava pronta, as construções velhas foram demolidas e aproveitadas para o feitio do seminário provisório. 

          No dia 26 de julho de 1959, a imagem de Santa Ana, obra do escultor gaúcho Estácio Zambelli, foi colocada sobre a torre. Houve festa e procissão noturna, quando a imagem, de 3,5m, foi toda iluminada graças a um motor- gerador da família Blonski.

 Fonte do texto: Nerje-Raízes de Nossa Terra de João Olivir Camargo, p.74 a 76