segunda-feira, abril 27, 2020

Vídeo registra momento em que rapaz cai de 30 metros enquanto praticava rapel no Salto São Francisco em Guarapuava

         
O acidente com o aventureiro William Bollmann, que caiu de uma altura de 30 metros enquanto praticava rapel no Salto São Francisco, com altura total de 190 metros, chama atenção mais uma vez para os cuidados a serem tomados ao se realizar qualquer tipo de esporte radical, seja ele alpinismo, rafting, rapel ou parapente. Mesmo com sua experiência e dotado dos aparatos necessários, a queda levou o rapaz a sofrer uma fissura no cotovelo e queimadura nas mãos após a luva em que usa rasgar durante descida.

O acidente aconteceu em novembro de 2019, porém William só divulgou em suas redes sociais o vídeo de seu acidente este mês. No dia do passeio ele iria fazer outra atividade no Salto São Francisco, porém por morar em Curitiba e ter acabado chegando um pouco atrasado acabou resolvendo fazer o rapel.“ Cheguei no local onde estavam praticando rapel, perguntei se poderia descer, me falaram que sim, paguei R$150,00 e fui”.

William então, colocou os equipamentos de segurança e única observação que o instrutor fez para ele foi que: do início para metade a pressão é positiva então teria que fazer força porque se tem todo o peso da corda para baixo e da metade para o final haveria uma pressão no negativo que teria além do peso do corpo o peso da corda. “Esta foi a única observação de segurança orientada no momento. Eu já conhecia a trilha porque já havia feito, mas nada além disso”.

O percurso todo foi filmado por William com duas GoPro, uma no capacete e outro no pulso. O rapaz explica que a equipe cedeu uma luva pequena que ficou apertada. “Iniciei a descida e antes da metade a luva rasgou, ai foi bem difícil, porque todo processo de descida a corda estava queimando a mão e precisei descer com mais calma e devagar”.

Em determinado momento da descida, pelo excesso de força, e o peso da corda somada com a queda da cachoeira, que segundo William, ainda era algo suportável, ele começou a ter caibras nos dois braços. “Talvez pela tensão, pela força que precisei fazer por conta da luva rasgada e também pelo peso da corda. Foi um momento de bastante tensão onde tentei fazer uma descida um pouco mais rápida, porém em algum momento a descida começou a ficar bastante difícil, o freio já não estava segurando e toda frenagem era feita nas minhas mãos. Eu já não tinha forças para segurar, tinha caibras e a mão já estava muito, queimada machucada, por conta da luva rasgada. Ali realmente comecei a ter muitas dores e comecei a me preocupar”.

Os problemas começaram a se tornar enfáticos nos 50 metros e por volta de uns 30 metros até chegar ao chão William acabou não aguentando mais, o freio não segurava e ele já não tinha forças para segurar. “Cada vez que soltava um pouco a corda para descer, ela descia com muita velocidade e quando soltei um pouquinho já não consegui segurar mais e foi ai que acabei caindo. Cai de costas nas pedras”.

William tinha três garrafas de água de 1,5L na mochila, o que segundo ele, foi o que ajudou a amortecer a queda. “ Estou vivo graças a um milagre e porque tinha três garrafas de água de 1,5L na mochila. Lembro de ter sentido todo impacto nas costas, mas as garrafas amorteceram o impacto, a corda ricocheteou e se enrolaram nas minhas pernas, fiquei com as pernas para cima e as costas para o chão e cada movimento que eu fazia a corda se mexia e me jogava cada vez mais para baixo, além de estar preso às cordas, estava caído embaixo da cachoeira então água vinha toda no meu rosto, só pensei se não morri com a queda, agora morro afogado”. 

Ele levou aproximadamente 40 minutos para conseguir se desvencilhar das cordas e voltar para a caminhada, a qual seguiu sozinho, com dores extremas no cotovelo, nas costas, fora o susto.