O júri popular absolveu, na tarde desta quinta-feira (20), Rogério Paulino da Silva, de 43 anos, que era acusado de matar o filho de 4 anos asfixiado dentro de uma máquina de lavar, em março de 2011. O julgamento iniciou por volta das 8h30.
De acordo com o processo, a criança morreu após ficar presa, junto com a gata da família, dentro da máquina de lavar. Esse foi o segundo julgamento de Silva sobre o caso. O primeiro ocorreu em 2017, mas foi anulado após a Justiça atender o pedido da defesa, que alegou erros na perícia realizada à época.
Conforme o advogado de defesa, Fernando Cesar Resta, o pedido de cancelamento do primeiro julgamento foi necessário porque a Polícia Civil não apreendeu a máquina de lavar onde a criança foi encontrada e não fez a perícia com uma máquina idêntica a do caso.
No julgamento desta quinta-feira, de acordo com o promotor de Justiça Carlos Roberto Moreno, a defesa levou uma máquina de lavar para o Tribunal do Júri. A máquina era igual a que o menino foi encontrado morto.
O eletrodoméstico serviu para a defesa convencer os jurados de que qualquer criança poderia entrar sozinha no equipamento e ficar presa, segundo a promotoria.
“Eu fiquei muito tempo com a cabeça baixa e Deus foi justo comigo. Eu acho que eu não mereci tudo que tô passando e agora é tocar a vida, e seguir meu caminho”, disse Silva sobre a absolvição.
O julgamento conta com uma máquina de lavar igual à do caso para as demonstrações do que ocorreu com a criança, em Foz do Iguaçu — Foto: Marcos Landim/RPC
Diante dos erros na perícia, no primeiro julgamento, apontados pelo advogado e analisados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), o promotor de Justiça decidiu pedir a absolvição de Silva por falta de provas contra o acusado.
A mãe da vítima e ex-mulher do acusado, Michelle Tháis Tapia, estava trabalhando quando o filho morreu. Durante o julgamento desta quinta-feira, ela disse que o ex-marido mudou a primeira versão contada à época.
“O que ele falou para mim não é a mesma versão que está sendo defendida hoje. Hoje o que ele conta ali dentro é outra história, então eu não sei te dizer qual que é a verdade e qual é a mentira.”
O caso
De acordo com o processo, a família da criança tinha uma gata de estimação e o pai a encontrou morta, por afogamento, dentro da máquina de lavar. Silva acreditou que o filho teria colocado a gata dentro do eletrodoméstico e a criança seria a responsável pela morte do animal.
Dessa forma, segundo o processo, o pai teria colocado a criança dentro da mesma máquina onde estava a gata e, por isso, o menino morreu por falta de ar. A ação do pai seria uma punição pelo que o filho fez, conforme os registros.