O julgamento de Emerson Bezerra da Silva, acusado de matar a ex-mulher a facadas, no dia 14 de janeiro, foi adiado. Ele tinha sido marcado para dia 13 de dezembro, mas foi cancelado pelo juíz da Comarca de Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba. A nova data ainda não foi divulgada mas, segundo o advogado de defesa de Emerson, Luis Gustavo Janiszewiski, pode acontecer no início de 2020.
“Desde o início eu tinha afirmado que haveria a possibilidade de ser adiado esse julgamento, que ainda carecia de alguns elementos. Tendo em vista isso, um requerimento da defesa de que o processo necessitava de um saneamento melhor, de alguns esclarecimentos e pelo pedido da defesa, o juíz entendeu em cancelar a sessão do dia 13 de dezembro”, explicou Janiszewiski.
O advogado ainda fala que irá provar que o crime não é caracterizado por feminicídio. “Tenho a afirmação categórica de que não foi feminicídio e no Tribunal do Júri vou provar isso”, afirmou.
Daniela Eduardo Alves, de 24 anos, foi assassinada no dia 14 de janeiro, na casa dela, diante da filha do casal, de 4 anos.
Acusação
Para o advogado da família de Daniela, Ygor Salmem, não há prejuízo na data alteração da data, já que o suspeito continua preso.
Como é a defesa que está postergando o processo e o suspeito está preso, para nós, não vemos nenhum problema. Essa nova audiência está sendo marcada por questões dele, então nós, na qualidade de assiatente de acusação, não nos opomos. Ao contrário, ele vai permanecer mais tempo preso.
Para ele, em relação ao feminicídio, o processo fala por si só. “Os documentos que nós temos, mostram o contrário. De forma bem clara esse processo mostra que uma mulher foi morta de forma brutal, por ciúmes doentio, inclusive esfaqueada pelas costas. São argumentos que falam por si e fica difícil a defesa desconstruir essa tese”, explicou o advogado.
O caso
No dia do crime, segundo Salmem, Daniela teria retornado de uma viagem com a família, quando Emerson teria pedido o celular dela para ver as fotos e ela recusou entregar o aparelho.
“Na volta, ela se deparou com o marido extremamente enciumado e possessivo, que exigiu que ela entregasse o celular para ver como tinha sido a viagem. Na recusa, ela acabou sendo vítima de agressão e foi atingida com 19 facadas, em todas as regiões do corpo. Não teve chance de defesa”, explicou o advogado.
Ainda segundo advogado, esse é o primeiro caso de Fazenda Rio Grande que pode ser qualificado como feminicídio. “Um crime de repercussão, pronunciado com base na qualificadora do feminicídio. Isso ficou claro durantes as audiências, que ele manipulava, controlava e era extremamente ciumento. Uma pessoa doente. Trata-se de um caso pioneiro no município, infelizmente”, completou.