A frente de pesquisas financiadas pelo WhatsApp e pelo Facebook sobre desinformação, Patrícia Rossini alerta que a circulação de notícias falsas pode ter escala e impacto maiores nas eleições brasileiras do ano que vem.
A pesquisadora defende que o Congresso, que tem uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o tema, debata leis rígidas para responsabilizar empresas de tecnologia como o Facebook, que já reconheceu não ter sido capaz de impedir a disseminação em massa de fake news no país em 2018.
As iniciativas de checagem são importantes, mas é difícil fazer a correção se tornar tão viral quanto a informação falsa. É um problema da forma como essas redes são estruturadas. Uma coisa que parece funcionar é ser corrigido na sua própria rede. A correção social, o constrangimento, parece ser eficaz para reduzir o compartilhamento.
O problema maior é a informação que é compartilhada quase que acidentalmente, sem a intenção de enganar. Muitas pessoas que compartilham notícias falsas o fazem porque (aquilo lhes) parecia urgente ou importante. Que agentes maliciosos vão continuar espalhando desinformação, não tenho dúvida, a questão é se as pessoas vão se tornar um pouco mais aptas a identificar se devem ou não repassá-la.