sexta-feira, julho 19, 2019

Defesa de Manvailer pode pedir exumação do corpo de Tatiane Spitzner

A defesa de Luis Felipe Manvailer disse, em entrevista coletiva, nessa quinta feira (18 de julho), que pode pedir a exumação do corpo da advogada Tatiane Spitzner. O réu é acusado pela morte da esposa em Guarapuava, no dia 22 de julho do ano passado.

Entre os pontos trazidos pela defesa, está o fato de que a perícia apontou a quebra do osso hioide, que fica abaixo da mandíbula. O que, segundo os advogados de Manvailer, não é possível afirmar com precisão. Por isso, peritos particulares foram contratados.

O advogado Claudio Dalledone destaca que, se necessário, será feito um pedido de exumação do corpo.

“É uma das faculdades que o código de processo penal nos dá e é possível a qualquer tempo. Dependendo de alguns pontos, é uma medida que se impõe. É preciso que mais profissionais venham a nos conferir a certeza daquilo que já falamos. Mais exames serão feitas e mais análises serão produzidas acerca disso”, conta.

A defesa também afirma que após ser retirado do Instituto Médico Legal (IML) e encaminhado para a funerária, o corpo de Tatiane retornou ao IML para passar por mais exames sem autorização legal. O que seria considerado uma quebra da cadeia de custódia. Nesse período, que teria durado uma hora, o corpo passou por um processo chamado de tanatopraxia e já não teria as características mantidas, com ressalta Dalledone.

“Nós temos o tratamento da tanatopraxia e que vamos trazer aos autos no momento adequado. Se não bastasse só a inclusão e a retirada de fluidos de um corpo sendo preparado para um velório, temos questões que traumatizam o corpo”, disse.

TESTEMUNHAS

A defesa também aponta uma mudança de versão das testemunhas sobre os gritos de Tatiane e o barulho do impacto do corpo no chão. Conforme o advogado Adriano Bretas, houve divergências entre os depoimentos prestados na delegacia e as oitivas no interrogatório em juízo.

“Uma versão que, em um primeiro momento, dava conta de um imediatismo entre os gritos de Tatiane e o barulho do impacto da queda. E, em um segundo momento, em juízo, isso foi intercalado por um intervalo de quatro a cinco minutos a não ser uma testemunha. Curiosamente, a única testemunha que não residia mais em Guarapuava”, completou.

Na última quarta-feira (17), a juíza Paola Gonçalves Mancini de Lima, da 2ª Vara Criminal de Guarapuava, negou recursos da acusação e da defesa sobre o júri popular de Manvailer. No mesmo despacho, a magistrada encaminhou o pedido da defesa para que o réu não seja julgado pelo Tribunal do Júri e o pedido do Ministério Público do Paraná (MP-PR) contra a absolvição do crime de cárcere privado para que o Tribunal de Justiça do Paraná analise e decida.