Conversas gravadas com autorização da Justiça e imagens revelam como funcionava um esquema de corrupção articulado dentro da Delegacia da Polícia Civil de Guaíra, no oeste do Paraná.
Na terça-feira (30), um investigador e três agentes de carceragem foram presos durante uma operação do Gaeco Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em uma operação contra os crimes de organização criminosa, corrupção passiva e concussão.
Segundo o Ministério Público, policiais e funcionários da carceragem recebiam dinheiro para facilitar a vida dos presos.
“Funcionava uma verdadeira organização criminosa dentro da delegacia de polícia de Guaíra com ramificações para outras delegacias. Mas ali era o verdadeiro balcão de negócios do crime”, apontou o promotor Tiago Lisboa Mendonça.
Em uma das escutas, dois agentes combinam os valores, por exemplo, para a entrada de telefones e drogas nas celas.
Preso de confiança: “Tô esperando você me ajudar. Minha esperança é você. Pra gasolina da minha mulher, ela vem amanhã. Só pra gasolina, tá bom demais.”
Investigado: “Vou pedir trezentão. Dou cem pra você e fico com duzentos. Agora o cara só passa por trezentos.”
Câmeras de monitoramento da delegacia registraram o momento em que um agente penitenciário passa um objeto para dentro da cela. Para os investigadores do Ministério Público era um celular.