Renata Muggiati, Tatiane Spitzner, Kerolin Camila da Costa, Andrielly Gonçalves da Silva e, mais recentemente, Caroline Farias Inocêncio. Essas foram algumas das vítimas de feminicídio, daqueles casos de maior repercussão midiática, registrados no Paraná nos últimos anos. Desde 1996, segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, 5.313 mulheres foram assassinadas no Paraná, o que corresponde a 5,85% dos casos registros em todo o País no período.
Em 22 anos (1996 a 2017, último ano com dados disponíveis), foram 90.825 homicídios de mulheres em todo o país, o que dá a média de um assassinato a cada duas horas e sete minutos. Os estados com mais ocorrências, em números absolutos, são: São Paulo (17.462), Rio de Janeiro (10.334), Minas Gerais (7.587), Bahia (6.013) e Pernambuco (5.981). Na sequência, em sexto lugar, aparece o Paraná.
Após dois anos em queda, inclusive, o número de mulheres mortas no estado do Sul voltou a crescer. Em 2016 haviam sido 238 casos. Em 2017 foram 246, um crescimento de 3,36%. Já se considerado todo o país, temos que em 16 das 27 unidades da federação as estatistícas de mulheres assassinadas cresceram no último ano, com o dado nacional subindo de 4.635 para 4.787 (alta de 3,28%).
Um dado que chama a atenção é o fato de os casos mais comuns de agressões intencionais que terminam em morte ocorrerem em vias públicas – é a violência escancarada. No Paraná, por exemplo, foram 1.325 casos desse tipo desde 1996 (24,9% do total), dos quais 55 apenas em 2017. No país, foram 26.158 ocorrências (28,8%), sendo 1.408 apenas no último ano.
Com relação ao meio utilizado para provocar a agressão fatal, a maior parte dos casos envolve armas de fogo (49,5% dos casos no estado e 51,2% no País). Em seguida aparecem os casos em que objetos cortantes ou penetrantes produziram os ferimentos que levaram a vítima à morte (26,8% e 22,7%, respectivamente) e os assassinatos que envolvem enforcamento, estrangulamento e sufocação (7,3% e 5,5%).
Por fim, com relação à idade das vítimas, a maioria foi assassinada entre os 20 e os 39 anos, com percentuais que chegam a 51,3% no Paraná e 51,9% no Brasil. Em seguida aparecem os casos de mulheres mortas quando tinham entre 40 e 49 anos e de 15 a 19 anos, respectivamente. O que mais preocupa, no entanto, é o fato de as estatísticas fatais estarem em alta com relação às adolescentes e adultas (até 39 anos), o que pode ser um indicativo de persistência dos casos de violência contra a mulher mesmo entre as camadas mais jovens da população.
MP-PR apresentou 131 denúncias por feminicídio em 2018