terça-feira, setembro 04, 2018

Em quatro anos, 40% dos deputados estaduais e federais do Paraná trocaram de partido

Missionário Ricardo Arruda: do PSC para o PEN e PSL 

Fidelidade partidária, ao que tudo indica, não é uma preocupação dos deputados pelo Paraná que hoje ocupam cadeiras na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. Entre os 84 deputados estaduais e federais, 34 (o equivalente a 40,5% do total) trocaram pelo menos uma vez de legenda desde as últimas eleições, em 2014. sendo que seis deles passaram por três partidos nesses últimos quatro anos.

A Assembleia foi o órgão legislativo que registrou o maior percentual de parlamentares trocando de legenda. Dos 54 deputados estaduais, 24 (44,4%) já deixaram o partido pelo qual foram eleitos em 2014. Ou seja, quase metade dos parlamentares eleitos há quatro anos terminarão o mandato em legendas diferentes das quais foram eleitos. 

Aproveitando-se das janelas partidárias - um período de 30 dias que ocorre sete meses antes de uma eleição no qual os políticos podem trocar de partido sem o risco de perderem seus mandados - , inclusive, dois dos deputados estaduais passaram por três partidos nesses quatro anos: o Missionário Ricardo Arruda (que trocou o PSC pelo PEN em 2016 e neste ano filiou-se ao PSL, seu partido atual e pelo qual disputará a reeleição) e Gilberto Ribeiro (que permaneceu no PSB até 2016, quando foi para o PRP, e neste ano se filiou ao PP).

Já na Câmara, o percentual de parlamentares “infiéis” até foi menor, com 10 dos 30 parlamentares (33,3% do total) trocando de legenda. Por outro lado, o número de deputados que trocaram duas ou mais vezes de partido foi maior, com quatro nomes: Alfredo Kaefer (PSDB, PSL e PP), Aliel Machado (PCdoB, REDE e PSB), Assis do Couto (PT, PMB e PDT) e Toninho Wanscheer (PT, PMB e PROS). 

Debandada
Na Assembleia, curiosamente, os partidos que mais perderam deputados de seus quadros foram aqueles que no início da atual legislatura contavam com as maiores bancadas da Casa: o PSC e o PMDB (hoje MDB). 

A primeira legenda, por exemplo, conseguiu ocupar 12 das 54 cadeiras (22,2% do total) nas eleições de 2014, muito por conta do sucesso de Ratinho Junior nas urnas – o hoje candidato a governador foi o deputado estadual mais votado da história do Paraná, com 300.928 votos. 

Em 2016, contudo, o herdeiro da família Massa mudou de partido e filiou-se ao PSD a convite de Gilberto Kassab, tendo a garantia de que disputaria o Palácio Iguaçu na próxima eleição. A bancada do PSC, então, caiu pela metade (de 12 para seis deputados), enquanto a da atual legenda que abriga Ratinho Junior quase quadruplicou, passando de três deputados em 2014 para 11 atualmente (ganhou seis nomes oriundos do PSC, dois do PSDB e outro do PMDB, além de ter perdido um parlamentar para o PP).