O suicídio de uma jovem estudante de Medicina, na última sexta-feira tem gerado muitas manifestações por parte de estudantes da Unioeste. Eles afirmam que a pressão por parte de alguns professores é muito grande, fazendo com que os alunos desenvolvam problemas psicológicos.
Um texto publicado por uma acadêmica teve, em 14 horas, mais de 1.900 compartilhamentos e mais de 900 comentários.
“No primeiro ano da faculdade, nos primeiros meses de aula, ouvi de um professor que se eu não tivesse pelo menos 4 horas do meu dia reservado pra revisar a matéria então que eu nem continuasse a faculdade (que já era integral). Não preciso dizer o impacto desse dizer na vida de quem tinha que trabalhar à noite toda pra sustentar a família na esperança de conseguir um diploma no final de 5 anos (com sorte), né?
Depois disso, eu vi professores se vangloriando na sala de aula porque reprovaram uma turma inteira, e é claro que o problema não era o professor ou a metodologia, era a turma...
Também vi 7 pessoas da minha sala passarem sem exame em determinada matéria, que procuramos o colegiado do curso e a professora incansavelmente para tentarmos encontrar uma saída para as médias 2,0 que a turma não conseguia aumentar mesmo com grupos de estudo e um ajudando o outro durante semanas antes das avaliações. Nessa matéria estão matriculados hoje cerca de 60 alunos, e adivinhem? A turma “nova” também tem os mesmos resultados, mas o problema JAMAIS é o professor (não esqueçam!).
Nesses dois anos e meio eu vi amigos desistirem do curso porque estavam há dias sem tomar banho porque não poderiam perder tempo com algo que não fosse estudar. Vi amigos desistirem do curso porque alguns professores pegavam tanto no pé que frequentar as aulas era um pesadelo. Vi amigos desistirem do curso porque precisaram escolher entre a sua saúde mental e a faculdade.
Recebi ligações de amigos no meio da noite dizendo que estavam se mutilando e iam cometer suicídio. Li no spotted incontáveis pedidos de socorro. Vi amigos desistirem do curso porque com uma reprovação e consequentemente um ano a mais na faculdade, não teriam como se sustentar. Vi dezenas de amigos procurarem ajuda psicológica no campus (inclusive eu) e não encontrando porque ESTÁ LOTADO! Vi amigos contarem no Facebook que quando pediram ajuda pra um professor de sua confiança ouviram que “quem tem depressão mesmo não vai pra festas”. Ouvi professores falarem que quem sai e tem vida noturna certamente não será um bom profissional. Ouvi esses mesmos professores dizerem que quando fizeram faculdade o mesmo acontecia com eles e “ninguém morreu”.
Ouvi também que os jovens estão assim por falta de Deus e mais milhares de coisas que ouço diariamente dentro do campus e tento não absorver (tanto)."
Nos comentários os alunos citaram casos registrados na Unioeste e em outras instituições. Eles pedem mais apoio psicológico, formação didática por parte dos professores, pois muitos alunos estariam desistindo dos cursos ou sofrendo demais para concluí-los.